Autor: Departamento Técnico – Atividade Bidim
RESUMO
A obra conhecida como Rota do Mar que fica localizada no litoral Norte do estado do Rio Grande do Sul, apresentava um problema que consistia na perca de 10 a 15 cm de brita graduada, e a reposição com o mesmo material elevaria o seu custo, sendo assim optou-se pela utilização do GEOTÊXTIL BIDIM RT-10 que além viabilizar economicamente o custo da construção, serviu como separação e reforço da estrutura da rodovia.
O PROBLEMA
Encontrar um material de separação e reforço entre sub-base de brita graduada e aterro de solo com baixa coesão.
A SOLUÇÃO
Para a separação e reforço entre sub-base de brita graduada e aterro de solo com baixa coesão, foi utilizado o ²GEOTÊXTIL BIDIM RT-10.
DADOS DA OBRA
- DATA DE EXECUÇÃO: OUTUBRO DE 1990
- LOCALIZAÇÃO: RIO GRANDE DO SUL,
- CLIENTE: DEPARTAMENTO AUTÔNOMO DE ESTRADAS DE RODAGEM
- TIPO DE OBRA: ATERRO RODOVIÁRIO
- FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: CAMADA DE SEPARAÇÃO E REFORÇO
- QUANTIDADE UTILIZADA: 180 m GEOTÊXTIL BIDIM RT-10
CONTAMINAÇÃO DA SUB-BASE PELO ATERRO
Pela experiência anterior obtida no subtrecho ligando Tramandaí e Capão da Canoa da RS-786, o DAER constatou a perda de uma camada entre 10 e 15 cm de brita graduada.
Estudaram então, diversas alternativas econômicas para evitar tal perda de materiais.
No lote 1, a Construtora Sultepa S/A executou o aterro com areia argilosa disponível no município de Osório e uma camada adicional de 5 cm de brita graduada, pois é proprietária de uma pedreira na região.
No lote 3, a Construtora Andrade Gutierrez S/A executou um trecho com solo-cimento e outro com uma camada de 10 cm de argila disponível no município de torres.
No lote 2, a Camargo Correa S/A, possuía uma instalação de britagem na localidade de Morro Alto, distante 15 km de Capão da Canoa. A distância média de transporte encarecia a camada adicional de brita que deveria ser colocada para compensar a perda de material de tal forma que, a utilização de manta geotêxtil era compensadora economicamente e ainda conferia maior estabilidade ao conjunto devido à redistribuição de tensões.
UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM
A opção pela utilização de manta geotêxtil foi tomada então, única e exclusivamente por questões econômicas.
O benefício obtido pela redistribuição de tensões pela manta existe, mas não foi considerado no dimensionamento do pavimento.
Sendo a manta utilizada como camada de separação, não havia maiores preocupações quanto a resistência a tração do geotêxtil, muito embora, o mesmo tivesse condições de resistir aos esforços atuantes (tração, puncionamento e rasgo).
Por indicação própria da Bidim, que forneceu inclusive uma carta de garantia ao DAER, sugeriu-se a aplicação do Bidim tipo RT-10.
Instalou-se 180 m lineares de geotêxtil Bidim, sendo utilizadas três bobinas desenroladas no sentido longitudinal com sobreposição entre 30 e 40 cm.
FUNÇÕES DO GEOTÊXTIL BIDIM NA OBRA
Nesta aplicação, instalado entre o aterro de areia e a sub-base de brita graduada, o geotêxtil Bidim apresenta basicamente duas funções: SEPARAÇÃO e REFORÇO.
Como REFORÇO, o geotêxtil Bidim devido seu elevado coeficiente de atrito com os materiais utiliza, e sua resistência a tração, confere maior estabilidade ao conjunto redistribuindo as cargas provenientes do trânsito de equipamentos de terraplenagem e tráfego, e também favorece a compactação da sub-base de brita pois proporciona maior capacidade de suporte na sua interface com o aterro de areia.
Esta função não foi considerada no dimensionamento do pavimento.
Na função SEPARAÇÃO, o geotêxtil Bidim, por ser um nãotecido agulhado e possuir características apropriadas, evita a interpenetração da área e a brita. Esta contaminação foi estimada em uma perda entre 10 e 15 cm de brita graduada que, por seu custo de extração, transporte e aplicação, viabilizou economicamente a utilização da manta geotêxtil.
APLICAÇÃO E INSTALAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM
A execução da pista obedeceu, de forma sumária, a sequência que segue (Figuras 3 a 7):
- Locação topográfica do eixo e níveis da estrada;
- Remoção de uma camada de aproximadamente 1,0 m de profundidade de areia orgânica em uma faixa de aproximadamente 50 m de largura;
- Execução do aterro com areia limpa existente a partir da profundidade de 1,0 m;
- Nivelamento da superfície do aterro (altura = 1,5 m, largura = m);
- Instalação do geotêxtil no sentido longitudinal (três mantas com sobreposição de 30 a 40 cm sendo a do meio colocada por cima das demais);
- Lançamento, nivelamento e compactação da primeira camada de brita graduada;
- Lançamento, nivelamento e compactação da segunda camada de brita graduada;
- Imprimação e execução da base de “Binder” com 7 cm de espessura;
Execução da capa de rolamento com CBUQ de 5 cm de espessura.





CUIDADOS DURANTE A INSTALAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM
- Manter o aterro permanentemente molhado para aumentar a resistência da areia, até um ponto próximo a saturação.
- A primeira camada de brita graduada deve ser lançada em um mínimo de 30 cm de espessura e 18 a 20 cm após a compactação.
- O lançamento da brita deve ser feito do centro para as bordas.
- O lançamento da brita deve ser feito logo após a manta ser desenrolada para evitar o ressecamento da areia. Deve-se desenrolar de 2 a 3 m de geotêxtil Bidim de cada vez, lançar a brita e nivelar, e assim sucessivamente.
- Deixar uma sobreposição mínima de 30 cm entre as mantas, colocando a bobina do centro por sobre as demais.
DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA







