UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NA RESTAURAÇÃO DO PAVIMENTO DA PISTA DE POUSO 15° 30° NO AEROPORTO INTERNACIONAL DO RIO DE JANEIRO



Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

O presente trabalho apresenta detalhes sobre a implantação do Geotêxtil nãotecido Bidim na restauração do pavimento da pista de pouso 15º 33º do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Basicamente trata-se da aplicação de Geotêxtil Bidim funcionando como elemento Anti-Propagação de trincas oriundas do pavimento rígido remanescente, impregnada e recoberta por dupla camada de concreto asfáltico (Binder + capa) com espessuras de 0,05 m.

O PROBLEMA

Implementar um sistema que prolongue a vida útil do pavimento da pista de pouso e decolagem do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro

A SOLUÇÃO

Foi utilizado a manta Geotêxtil Bidim como elemento Anti-Propagação de trincas oriundas do pavimento rígido remanescente, impregnada e recoberta por dupla camada de concreto asfáltico

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Fevereiro de 1994
  • LOCALIZAÇÃO: O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro
  • CLIENTE: Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro
  • TIPO DE OBRA: Restauração de pavimento
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Anti-Propagação de trincas
  • QUANTIDADE UTILIZADA: 750 m Geotêxtil Bidim

Informações gerais
A implantação do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, está contida num sítio de aproximadamente 13,5 km², pertencentes ao Ministério da Aeronáutica (Figura 1).

O aeroporto iniciou a sua operação a partir de instalações existentes do antigo Aeroporto Internacional do Galeão, quando a demanda atingia cerca de 4.600.000 passageiros anuais. Do antigo aeroporto, foi mantida somente a Pista original 15/33 com 3.200 m de extensão, a ser utilizada preferencialmente para pouso de aeronaves (Figura 2).

Figura 1: Planta do Aeródromo

AERONAVES*  PASSAGEIROS**   CARGA AÉREA *** 

ANO DOMÉSTICO INTERNACIONAL TOTAL DOMÉSTICO INTERNACIONAL TOTAL DOMÉSTICO INTERNACIONAL TOTAL
1988 57224 33054 90278 4051 3335 7386 69527 132000 201527
1990 56314 36260 92574 3985 3730 7715 64056 162797 226853
1992 50838 35925 86763 2927 3332 6259 63054 154154 217208
1993 44323 35319 79642 3103 3532 6635 66837 163403 230240
1994 43850 37438 81288 3289 3744 7033 70847 173207 244050
1996 48500 33976 82476 3880 4417 8297 83584 204347 287933
1998 53854 38600 92454 4578 5211 9789 98611 241084 339695
2000 57149 39034 96183 5143 5855 10998 110800 270882 381682
Figura 2 Prognoses de demanda por transporte aéreo do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro
Obs: Os valores acima deverão ser multiplica por 1.000. *Inclui pousos e decolagens. **Inclui embarque, desembarque e trânsito. ***Inclui carga, trânsito e bagagem de embarque e desembarque.

Atualmente, em função do adequado planejamento realizado, o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro é uns poucos aeroportos do mundo, e o único a nível nacional, capaz de atender sem restrições a nova geração de aeronaves previstas para entrada em operação nos próximos anos, com capacidade para transportar até 800 (oitocentos) passageiros, em dimensões maiores, que as atuais aeronaves.

O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro atende ao tráfego doméstico e ao tráfego internacional, devendo a partir da utilização de aeronaves de maior porte do que o B747, voltar a ser o principal Aeroporto Internacional do Brasil.

Fato gerador da obra
O Sistema de pistas 15º 33º foi recuperado pela Ação Conjunta do Consórcio Odebrecht/CBPO nos anos de 1978/79. Nesta época a pista de pouso e decolagem foi recuperada estruturalmente através da execução de pavimento flexível superposto ao rígido existente, utilizando-se na composição do pavimento basicamente três tipos de massas asfálticas a saber:

  • PMQ: Pré-misturado a quente (camada anti-cracking)
  • BINDER: Concreto betuminoso usinado a quente (camada de ligação)
  • CAPA: Concreto betuminoso usinado a quente (camada de rolamento)

O universo de projeto previa 10 anos de vida útil devido ao crescimento normal das demandas e dimensões das aeronaves.

Quatorze anos após, o referido pavimento apresentou sinais de fadiga apenas na região da cabeceira 15º, com surgimento de fissuras na superfície oriundas de reflexão das juntas e trincas do pavimento rígido subjacente. Como a integridade deste revestimento é fundamental para a segurança operacional das aeronaves, ficou constatada a necessidade de adotarmos uma solução rápida, econômica e segura para tal recuperação.

3 CONSIDERAÇÕES SOBRE A REFLEXÃO DE TRINCAS

Fadiga de misturas betuminosas
As misturas betuminosas são muito utilizadas nos pavimentos, como camada de revestimento, devido às suas diversas características, entretanto, com a solicitação imposta pelo tráfego e ou pela ação de fatores climáticos, com o passar do tempo atingem sua vida útil, cuja degradação normalmente é demonstrada pelo seu nível de trincamento.

O nível de trincamento de um pavimento, notadamente de seu revestimento, é o maior responsável pela redução de sua vida útil, demonstrado pelo fato de que todas as medidas de manutenção e de restauração estrutural desses pavimentos são determinadas em função da extensão e severidade dessas trincas.

Desta forma, sempre que se elabore um projeto de restauração de um pavimento deveremos levar em consideração:

  • Natureza das trincas;
  • Características estruturais do pavimento; – Condições climáticas; – Tráfego.

Diversas são as origens que se pode atribuir ao trincamento de um pavimento, sejam elas: fadiga, retração, movimentos do subleito ou camadas estruturais, ou defeitos de construção.

O trincamento é o início de uma fase de deterioração estrutural que vai modificando o estado de tensões e de deformações das camadas que compõe o pavimento, mudando assim significativamente seu comportamento estrutural. Ao aparecimento das trincas em um pavimento pode-se, portanto, atribuir imediatamente algumas causas e conseqüências, tais como:

  • perda da estanqueidade do pavimento;
  • perda de capacidade de suporte;
  • concentração de tensões no subleito ou no substrato com o eventual aumento de deformações;
  • aumento das tensões e deformações nas camadas estruturais; – degradação acelerada das camadas, especialmente a de rolamento;
  • perda de finos por efeito de “bombeamento”.

De uma maneira geral, as origens do trincamento do pavimento estão ligadas ao fenômeno de fadiga. Todo estudo que vem sendo realizado no mundo voltado ao fenômeno de fadiga tem sua origem nos conceitos de metalurgia, mais recentemente aproveitado para os pavimentos, pois uma mistura betuminosa, por mais flexível que possa parecer guarda algumas características de rigidez, especialmente quando o asfalto envelhece por oxidação ao longo do tempo.

O fenômeno de fadiga tem sido descrito como um processo de deterioração estrutural que sofre um material quando submetido a um estado de tensões e de deformações repetidas, resultando em trincas ou fraturas completas, após um número suficiente de repetições do carregamento.

Para um melhor conhecimento do comportamento materiais, como no caso das misturas betuminosas, são executa em laboratórios ensaios para se conhecer qual a “vida de fadiga”, que podem inclusive ser calibradas com trechos experimentais de campo, para o perfeito dimensionamento pavimentos.

Os ensaios de laboratório, geralmente executa com carregamento dinâmico sob flexão alternada, são excelentes para determinar o comportamento à fadiga das misturas betuminosas e qual será sua previsão de vida útil. Podem ser executa com Tensão controlada (para pavimentos com camadas asfálticas rígidas em relação ao seu suporte) ou sob deformação controlada (para pavimentos com camadas betuminosas fracas em relação ao seu suporte). Existe ainda um terceiro tipo de ensaio denominado intermediário (Figura 3).

VIDA DE FADIGA (log)

Figura 3 – Influência do tipo de carregamento na vida de fadiga de uma mistura betuminosa.

Mecânica da Fratura
A mecânica do meio contínuo aplicada aos sólidos elásticos trinca, ou seja, “Mecânica da Fratura elástica Linear”, oriunda da metalurgia e com evidências experimentais, tem sido utilizado na análise de ensaios de fadiga de misturas betuminosas e na compreensão do surgimento e propagação de trincas.

A análise da fadiga de misturas betuminosas, utilizando os conhecimentos da Mecânica da fratura, segundo Majidzadeh (1972), mostrou que a fadiga é basicamente um fenômeno de propagação de fissuras existentes no material, ainda que sejam microfissuras, e que pode ser prevista a partir de taxas de propagação de trincas. Esta taxa está relacionada ao tamanho inicial da trinca e a energia armazenada em sua extremidade.

Como todo material, as misturas betuminosas possuem microfissuras e fissuras, cujo crescimento é decorrente da mudança do perfil de sua extremidade, devido ao carregamento repetido originado pelo tráfego e ou variações climáticas. As tensões de tração provocam a abertura das fissuras, cujo movimento produz tensões geradoras do seu crescimento e propagação.

Pioneiro no estudo da mecânica das fraturas para uso em pavimentos, G.R. Irvwin (1957) propôs o conceito de “Fator de Intensidade de Tensões” e observou que o comportamento da trinca pode ser representado e explicado por três possíveis movimentos das faces da fratura (Movimentos bor das trincas), conforme a Figura 4.

I - Abertura    II - Cisalhamento   III - Rasgamento 

Figura 4 – Mo de fratura (trincamento).

O tráfego e/ ou variações climáticas provocam os movimentos que causam o surgimento e a propagação das trincas. A Figura 5 mostra esquematicamente a ação de uma roda.

a: mo de abertura (I) e cisalhamento (II) b e c: modo de abertura (I) d: modo de cisalhamento (II) e f: modo de rasgamento (III)

REVESTIMENTO BASE
SUB-BASE

Figura 5: Ação da carga de roda face às trincas do pavimento quanto aos mo de fratura.
Observação: a = mo de abertura (I) e cisalhamento (II), b e c = modo de abertura (I), d = modo de cisalhamento (II), e f = modo de rasgamento (III).

Reflexão das trincas
Qualquer que seja o tipo de estrutura de pavimento, flexível, rígido ou semirrígida, mesmo bem projeta e bem construí, esses se degradam com o passar do tempo, seja pela ação do tráfego ou pela ação de fatores climáticos, ou desses dois fatores conjuntamente. A reflexão de trincas tem sido uns problemas mais sérios de deterioração de pavimentos restaura em todo mundo, merecendo o assunto um cuidado especial nos projetos.

4 SOLUÇÃO COM GEOTÊXTIL BIDIM

Diversas são as tentativas para solucionar ou minimizar o complexo problema de reflexão das trincas. As soluções são as mais diversas que vão desde a simples adoção de grandes espessuras de restauração até a interposição de camadas intermediárias especiais, como é o caso do geotêxtil nãotecido impregnado com asfalto.

Nesta aplicação, o geotêxtil Bidim é instalado, impregnado com asfalto sobre o revestimento trincado e sob a nova capa de rolamento, com o objetivo de retardar a reflexão das trincas. Este fenômeno de retardamento da propagação das trincas ocorre devido a estrutura geotêxtil + asfalto formar uma camada de descontinuidade viscoelástica que minimiza a intensidade de tensões sobre a trinca existente no momento de solicitação da carga de roda e efeito térmico.

Este efeito de redução de tensões ocorre provavelmente pela despolarização entre a camada trincada e a nova capa de rolamento, permitindo o livre movimento das bordas da trinca inferior e/ou pelo redirecionamento da trinca existente passando está a se propagar na horizontal, mediante um descolamento localizado entre a capa de rolamento e o pavimento antigo em ambos os lá da trinca, esse redirecionamento dissipa a energia diminuindo a intensidade das tensões subjacentes.

Como forma uma membrana com boas características de impermeabilização, este outro efeito do geotêxtil impregnado com asfalto colabora com o aumento da vida útil do pavimento evitando a entrada de água em sua estrutura, mesmo que após um número previsto de solicitações venham a aparecer trincas de fadiga no revestimento.

O sistema composto pelo geotêxtil Bidim impregnado com asfalto tem um comportamento rígido sob tensões rápidas produzidas pelo tráfego, e quando sob tensões lentas de origem térmica tem um comportamento dúctil.
Como “Camada Anti-Propagação de Trincas”, o geotêxtil Bidim desempenha a função PROTEÇÃO, pois absorve as tensões localizadas que poderiam danificar a nova capa de rolamento pelo efeito da reflexão de trincas e aumentando de maneira geral a vida da fadiga desta mistura (Figura 6).

PROTEÇÃO
IMPERMEABILIZAÇÃO

  • INIBIÇÃO/RETARDAMENTO DA
    PROPAGAÇÃO DE TRINCAS
  • AUMENTO DA VIDA UTIL DO
    REVESTIMENTO – IMPEDE A ENTRADA DE
    UMIDADE NA ESTRUTURA/SUBLEITO
    DO PAVIMENTO

Figura 6: Funções do geotêxtil Bidim na aplicação “camada Anti-Propagação de trincas”.

5 REQUISITOS PARA O PERFEITO DESEMPENHO DO GEOTÊXTIL BIDIM

A prática tem demonstrado que existem três aspectos decisivos para a obtenção de bons resulta em restauração de pavimentos, utilizando geotêxtil como solução para retardamento de propagação de trincas e aumento de vida de fadiga de misturas betuminosas, e são eles:

  • Projeto de restauração de pavimento adequado; – Escolha do geotêxtil adequado; – Correta instalação do geotêxtil.

6 ETAPAS DE EXECUÇÃO DA OBRA

Levantamento Planialtimétrico

O levantamento planialtimétrico da região a ser reparada, apoiou-se numa malha retangular onde transversalmente as intersecções eram de metrô em metro e longitudinalmente de quatro em quatro metros, gerando, portanto, 4.347 pontos. A finalidade desta malha tão densa, fundamentou-se na necessidade de orientarmos a fresagem com a precisão requerida, visto que as camadas de capa e Binder a serem retiradas, por terem adquirido deformações verticais (plásticas) permanentes, não nos permitia adotar uma espessura constante de corte de 0,10 m.

O compromisso de reconstituirmos um greide, com o nível de regularidade requerido para a operação aeroportuária, fez com que, o desenvolvimento da fresagem fosse cuidadamente acompanhado pela topografia.

Como curiosidades, além do nivelamento inicial, foram executadas mais duas operações topográficas sendo uma sobre o Binder e outra após a retirada deste, gerando um total de 15.401 pontos. De posse deste último nivelamento, foi confeccionada uma curva de nível centimétrica através do sistema “Topografa” mostrando com precisão as regiões que deveriam ser refreadas ou preenchidas por se encontrarem com desníveis superiores ou inferiores a 0.005 m.

Esta preocupação com nivelamento e regularidade superficial, reside principalmente no fato de que, o grau de abatimento de uma mistura betuminosa é um percentual em relação a sua espessura, portanto se permitíssemos variações desta magnitude estaríamos transportando para a superfície do Binder tais defeitos, o que consequentemente refletiria na capa de rolamento. Podemos imaginar o que aconteceria com a manta geotêxtil aplicada sobre uma superfície com macro irregularidades podendo introduzir tensões de puncionamento ou regiões não aderidas nesta interface.

Os parâmetros de tolerâncias tipográficas adotadas e permitidas pela ICAO (Internacional Civil Aviário Organizacional) são extremamente rigorosos. Deste modo, foi confeccionada nota de serviço para reconstituição geométrica onde to os parâmetros seriam obedeci.

Fresagem da capa e binder fatiga
A operação de fresagem além cuida planialtimétricos menciona acima, requereu imposição de rotinas de serviço que iniciavam pelo acompanhamento de desgaste bits das fresadoras, onde era de vital importância sua regularidade.

A remoção da capa, principalmente nos 500 m iniciais, onde o nível de impregnação de borrachas pneumáticas era muito intenso, gerou desgaste bits bastante heterogêneo e de grande magnitude. Especificamente nesta camada, a borracha durante a fresagem promovia uma vulcanização nos referi encaixes bits, travando-os e impedindo-os desta movimentação, gerando deste modo, um grande desgaste progressivo, acelerado e heterogêneo.

Por esta razão, o nível de produção projetado e informado pelo fabricante de 16 m3/h permaneceu num patamar médio efetivo de 10 m3/h neste. Desta forma, para atendermos ao cronograma físico pactuado com os Órgãos (INFRAERO/DAC), em atendimento ao NOTAN de interdição, fomos compelir a colocarmos em operação três fresadoras com tambor de 1,0 m alcançando no final, uma produtividade média efetiva total de 14 m3/h. O volume fresado foi 787,50 m³ de capa e 750 m³ de binder perfazendo um total de 1.537,50 m³.

O cuidado que antecedeu toda a operação de fresagem foi de efetuar um corte através de serra diamantada com 0,05 m de profundidade, alinhado topograficamente em todo o perímetro do reparo, ou seja, 1.545,50m para podermos garantir um encaixe perfeito das novas camadas aumentando a ancoragem, bem como, proporcionar um perfeito alinhamento, o que seria quase impossível realizar com as fresadoras.

Nos primeiros 150 m de cabeceira do trecho restaurado, a cada 5 m, efetuaram-se ranhuras através de fresagem no sentido transversal para melhorar as condições de aderência do sistema geotêxtil-misturas betuminosas.

No final 750m restaura, em planta, foi feita uma superfície de fresagem desencontrada (dente de serra) tendo como objetivo garantir que os trens de pouso da aeronave, não passassem ao mesmo tempo na emenda da capa nova com a capa velha.

O material resultante da fresagem foi acumulado numa área de estocagem, identificada pelo cliente, para que possamos no futuro, reutilizá-lo como camadas de regularização de pavimentos ou camadas de rolamento em caminhos secundários das estradas de manutenção e vigilância através de reciclagem, técnica consagrada na Europa e USA para tal finalidade.

A geometria perimetral projetada para o reparo é outro aspecto importante a ser registrado (Figura 7 e 8). Esta geometria foi adotada para garantirmos um engastamento perfeito entre o pavimento remanescente e o novo, aumento a inércia de ancoragem (Figura 9 e 10).

Figura 7 Seção transversal da pista de pouso. Propagação de fissuras do pavimento flexível superposto.

CAMADA DE ROLAMENTO – CAPA
CAMADA DE LIGAÇÃO – BINDER CAMADA ANTI-CRACKING – PMQ

ESTRUTURA DO PAVIMENTO FLEXÍVEL
SUPERPOSTEXISTENTE NA PISTA DE POUSO 15º 33º

Figura 8 Seção transversal da pista de pouso. Estrutura do pavimento flexível superposto.

CAMADA DE ROLAMENTO – CAPA
CAMADA DE LIGAÇÃO – BINDER
CAMADA ANTI-CRACKING – PMQ

FRESAGEM DA CAPA DO PAVIMENTO FLEXÍVEL SUPERPOSTO EXISTENTE NA PISTA 15º 33º

Figura 9 Seção transversal da pista de pouso. Fresagem da capa do pavimento flexível superposto.

CAMADA DE ROLAMENTO – CAPA CAMADA DE LIGAÇÃO – BINDER CAMADA ANTI-CRACKING – PMQ

FRESAGEM DO BINDER DO PAVIMENTO FLEXÍVEL
SUPERPOSTO EXISTENTE NA PISTA DE POUSO 15º 33º

Figura 10 Seção transversal da pista de pouso. Fresagem do binder do pavimento flexível superposto.

Limpeza da superfície fresada
Na atividade de fresagem o corte e o carregamento de 96% do material são imediatos e os 4% restantes impõem um complemento de limpeza desta fração que permanecia na pista. Este material fresado e não removido apresenta um comportamento interessante, por se tratar de mistura betuminosa fragmentada ativa.

O atrito bits/pavimento, gera calor, por conseguinte, ativa os glóbulos de betume, proporcionando assim, pequena coesão viscoelástica. Deste modo, é imprescindível que sua retirada se processe o mais rápido possível. Cabe lembrar que a varredura manual por mais eficiente e eficaz que possa ser realizada, tem baixa energia de remoção. Assim a fração não retirada pela fresadora tornava-se uma grande preocupação. Para sanarmos este problema, utilizamos além da varredura manual, varredura mecânica.

Importante registrar que a varredura ocorre pelo impacto/contacto das cerdas com os sólidos, mas a fração pulverulenta não é retirada. Por esta razão houve a necessidade de imprimirmos sopro de ar comprimido, através de compressores acopla a espingardas direcionais, para removermos o pulverulento solto nas ranhuras deixadas pela fresagem.

Após esta operação, verificamos ainda, que existiam partículas aderentes à superfície, o que nos levou a aplicarmos varredura hidrodinâmica de alta pressão. Todo este esforço teve como objetivo, garantir perfeita aderência do geotêxtil Bidim na superfície, proporcionando assim, uma interface ativa e eficaz.

Não é difícil imaginar que a interação do sistema de camadas de capa/binder/geotêxtil/superfície fresada, deve ser a maior possível, para garantir resistência aos esforços tangenciais impostos pelas aeronaves no toque, na desaceleração e frenagem.

Pintura de ligação 1º Banho
A execução de pintura de ligação foi realizada através de caminhão espargidor, provido de tacômetro e munido de barra distribuidora calibrada e aferida para garantir perfeita taxa da aplicação de emulsão asfáltica catiônica RR-1C (vide gráfico da Figura 11).

Este primeiro banho, sobre a superfície, fresada e limpa, foi calculado de modo a garantir a película betuminosa necessária para untar a superfície fresada e promover condições de sem saturação e aderência do geotêxtil Bidim. A taxa de pintura deste banho ficou definida em 1,1 l/m² de RR1C que após ruptura e cura gera 0,64 l/m² de resíduo asfáltico, por se tratar de emulsão com 63% resíduo betuminoso ativo.

O controle da taxa de asfalto foi feito através de bandejas (pesagem antes e depois da aplicação), para a obtenção da taxa desejada e melhor homogeneidade da aplicação.

3,0

2,0

1,0

5   10  15  20 25   30  35 

UNIDADES TACOMÉTRICAS

Figura 11 Taxa de aplicação de emulsão asfáltica x unidades taco métricas.

  • Pressão de espargimento constante
  • Temperatura da emulsão RR1C 50°C
  • Emulsão RR1C com 63% de resíduo betuminoso

Instalação do geotêxtil Bidim
A aplicação do geotêxtil Bidim foi criteriosamente estudada de acordo com as dimensões das bobinas, fornecidas. O material empregado na restauração da pista de pouso foi o geotêxtil Bidim RT-10 (Figura 11).

As larguras das bobinas foram escolhidas em função das aeronaves, ficando dispostas de tal forma que os transpasses não coincidissem nem com a bequilha e nem com as rodas mais atuantes das aeronaves (3 faixas centrais, largura igual a 4,30m).

Outros cuida na escolha foram:

  • O comprimento das bobinas de modo a se evitar o alinhamento entre faixas;
  • No recebimento 15.870m² do geotêxtil Bidim, todas as bobinas foram rigorosamente conferidas, a fim de se verificar a especificação nas etiquetas fornecidas pelo fabricante.

Além do prazo curto (30 dias) para a execução serviços, outro cuidado a ser seguido na instalação, era aplicar o geotêxtil Bidim o mais esticado possível evitando-se rugas. No caso eventual de rugas, estas devem ser eliminadas com cortes e, recuperado o local com sobreposições simples ou preferencialmente de “topo”.

Portanto a Construtora Norberto Odebrecht S/A, desenvolveu em dispositivo capaz de garantir to os pré-requisitos de instalação. A este dispositivo chamamos de “pendural” (Figura).

Nas uniões longitudinais estipulamos que o transpasse deveria ser 0,10 m, sendo permitido, ocasionalmente até 0,15 m. Nas uniões transversais quando as quatro mantas se encontram, duas eram cortadas angularmente para se evitar a superposição (Figura 13 e 14).

Na instalação do geotêxtil Bidim, para facilitar o alinhamento longitudinal, instalamos uma guia, através de fio de aço, para auxiliar a visão na lateral da máquina, melhorando o desempenho do operador. Cabe registrar, que em virtude de o equipamento desenvolver a instalação do geotêxtil Bidim andando sobre ele, houve a preocupação de lavarmos previamente a máquina e verificarmos a performance de todas as conexões e mangueiras para evitar qualquer tipo de contaminação no geotêxtil (óleos, combustíveis, graxas, solos aderi, etc.). Esta preocupação residiu principalmente no fato de produzirmos impregnação apenas por asfalto e estes produtos como sabemos, são de cadeia química, orgânica, portanto, nociva a integridade molecular glóbulos de betume.

ESTRUTURA METÁLICA (TUBO OU PERFIL)

PORCAS PARA REPOSIÇÃO DA BOBINA
BOBINA DE MANTA

FERRO EM “U”

DIMENSÃO SUFICIENTE PARA COLOCAÇÃO NA CONCHA
DA PÁ CARREGADEIRA/RETROESCAVADEIRA

CHAPA DE COMPENSADO
CONE TENSOR (MADEIRA)

ARO METÁLICO COM PARAFUSOS
PARA ENCOSTODO CONE TENSOR
NO TUBO DE PAPELÃO
TUBO DE PAPELÃO ORIGINAL
DA BOBINA DA MANTA GEOTÊXTIL
Figura – Dispositivo Pendural.

  Figura 14 - Disposição das mantas de Geotêxtil Bidim. 

Rolagem sobre o geotêxtil

Esta operação é considerada importante para a perfeita aderência do geotêxtil Bidim e seu adensamento pelo processo de expulsão de ar e ascensão do asfalto (impregnação).

A rolagem é feita com rolo de pneus, que entra sobre o geotêxtil com pressão variável de 50 à 80 lb/in². Esta rolagem provoca uma penetração invertida do resíduo betuminoso, umectando os filamentos, ficando evidenciada a aderência do geotêxtil Bidim sobre a superfície fresada.

O aspecto da superfície é um tom “pardo” mesclado pelas marcas pneus do rolo compactador. A operação (número de passadas x pressão) deve ser feita de forma que o asfalto não suba muito na superfície provocando aderências nos pneus do rolo compactador.

Após a rolagem é imprescindível que seja feito inspeção visual para verificar se houve algum rasgamento ou puncionamento acentuado no geotêxtil Bidim.

Pintura de ligação 2º Banho
O segundo banho de emulsão sobre a manta comprimida se realiza sob os mesmos critérios técnicos já menciona no primeiro banho, embora com maior controle efetivo sobre a taxa de aplicação (Figura 15).

CONTROLE DE PINTURA DE LIGAÇÃO

Taxa especificada: antes da colocação do Bidim 1,1t/m²
Taxa especificada: após a colocação do Bidim 0,6 t/m²
Trecho: Estaca 149 + 10 a 156 da pista 15/33

Data da aplicação: 17/09/1993
Antes do Bidim
1ª faixa 2ª faixa 3ª faixa 4ª faixa 5ª faixa 6ª faixa
Peso da Bandeja (g) 451,00 584,00 728,00 728,00 551,00 856,00
P. Band + Emulsão (g) 584,00 911,00 1031,00 1031,00 856,00 1130,00
Peso da Emulsão (g) 133,00 327,00 303,00 303,00 305,00 274,00
Área da Bandeja (m²) 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25
Taxa aplicada (t/m²) 0,53 1,30 1,21 1,21 1,22 1,09

Após do Bidim
1ª faixa 2ª faixa 3ª faixa 4ª faixa 5ª faixa 6ª faixa
Peso da Bandeja (g) 453,00 515,00 532,00 660,00 783,00 922,00
P. Band + Emulsão (g) 719,00 702,00 703,00 811,00 976,00 1063,00
Peso da Emulsão (g) 266,00 187,00 171,00 151,00 193,00 141,00
Área da Bandeja (m²) 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25
Taxa aplicada (t/m²) 1,06 0,75 0,68 0,60 0,77 0,56

 1ª faixa    2ª faixa    3ª faixa    4ª faixa    5ª faixa    6ª faixa 

Emulsão Aplicada Total 1,59 2,05 1,89 1,81 1,99 1,66

Trecho: Estaca 142 + 000 a 149 + 10 da pista 15/33
Data de aplicação: 20/09/1993

Antes do Bidim
1ª faixa 2ª faixa 3ª faixa 4ª faixa 5ª faixa 6ª faixa
Peso da Bandeja (g) 453,00 521,00 558,00 603,00 667,00 657,00
P. Band + Emulsão (g) 767,00 797,00 839,00 853,00 1021,00 918,00
Peso da Emulsão (g) 314,00 276,00 281,00 250,00 354,00 261,00
Dens. Emulsão (g) 0,997 0,997 0,997 0,977 0,997 0,977
Área da Bandeja (m²) 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25
Taxa aplicada (t/m²) 1,25 1,10 1,12 1,00 1,41 1,04

Após do Bidim
1ª faixa 2ª faixa 3ª faixa 4ª faixa 5ª faixa 6ª faixa
Peso da Bandeja (g) 899,00 850,00 798,00 748,00 664,00 584,00
P. Band + Emulsão (g) 1011,00 1011,00 952,00 897,00 802,00 817,00
Peso da Emulsão (g) 112,00 161,00 154,00 149,00 138,00 233,00
Dens. Emulsão (g) 0,997 0,997 0,997 0,997 0,997 0,997
Área da Bandeja (m²) 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25
Taxa aplicada (t/m²) 0,45 0,64 0,61 0,59 0,55 0,93

 1ª faixa    2ª faixa    3ª faixa    4ª faixa    5ª faixa    6ª faixa 

Emulsão Aplicada Total 1,70 1,74 1,73 1,59 1,96 1,97

Figura 15 – Controle da pintura de ligação

Caso ocorra excesso no segundo banho, extrapolando o teor de betume ótimo desejado, a manta deverá ser retirada. A razão desta providência é muito simples, o excesso de betume pode ocasionar uma lubrificação na interface e não a cimentação desejada. A permanência da manta com impregnação lubrificante pode promover deformações horizontais das camadas (binder e capa) que consequentemente romperão, gerando, portanto, uma condição de risco operacional, podendo promover sérios acidentes aeronáuticos.
Caso ocorram chuvas, sobre a manta comprimida, reempregnada e curada, o procedimento é aguardar a saída da água por evaporação, podendo ser auxiliado por sopro de ar comprimido.

Decorrido o prazo de ruptura e cura da emulsão, a pista está pronta para receber as misturas betuminosas sobrejacentes.

Mexichem Bidim Ltda

Salgamento da superfície
Para facilitar a movimentação equipamentos sobre o geotêxtil Bidim impregnado com asfalto é necessário realizar uma operação de salgamento. Esta operação consiste basicamente num espalhamento manual enérgico de massa asfáltica, onde é fundamental que atinja uma taxa de no máximo 2 Kg/m². Não é recomendado taxas superiores a esta, pois pode gerar uma camada delgada sem as características de estabilidade desejadas.

O salgamento terá que interagir com a massa asfáltica sobrejacente sem criar nenhum tipo de efeito danoso. Caso ocorra excesso, o salgamento deve ser retirado imediatamente ainda quente, pois caso esfrie necessitará de maior energia de raspagem, podendo gerar danos a manta.

“Preservar a integridade do geotêxtil Bidim é imprescindível”.
Aplicação das camadas de misturas betuminosas
Camada de Ligação Tipo Binder
A aplicação da camada de ligação tipo Binder, foi projetada para atender as especificações preconizadas nas normas ICAO. A concepção da agem minimizou o aspecto da estabilidade Marshall da mistura betuminosa (1.200 Kgf). Para atingirmos esta estabilidade, tivemos que escolher agrega minerais compatíveis, apresentando como limite superior 38% de desgaste por abrasão “Los Angeles”.

A friabilidade, porosidade, índice de forma, adesividade, granulometria e rugosidade grãos foram exaustivamente analisar para que pudéssemos atingir a performance ideal da mescla. Em busca destas condicionantes, analisamos os complexos industriais de britagem no grande Rio para escolhermos os fornecedores.

A conclusão que chegamos foi de escolhermos para ela mescla, dois fornecedores, ou seja, o agregado mineral (brita 1 e pó de pedra) foi da Pedreira Cantareira, a brita 0 proveio da Vigné. O comportamento físico-químico da mistura agrega foi excelente; ou seja, não houve repulsão iônica entre eles. A massa unitária seca mesmos foi elevada.

Após a concepção da mistura betuminosa, foram executar dois trechos experimentais para avaliarmos os aspectos de usinagem, transporte, lançamento e compressão da mescla. Deste modo, analisa e ajustá-lo os problemas, liberamos para execução na pista 15º/33º.

A aplicação desta camada foi feita através de vibro acabadora de asfalto, modelo SA-14 dotado de sensor de controle de greide para garantirmos o melhor desempenho no lançamento. Na rolagem de compressão foi utilizado rolo pneumático de pressão variável lastrear com 22 toneladas. O desempenho da superfície ficou por conta do rolo autopropelido vibratório CC43 e CC21 (Dynapac).

As juntas transversais e longitudinais foram previamente projetadas para não coincidirem com o geotêxtil Bidim, nem com as da capa de rolamento.

ESTUDO GRANULOMÉTRICO DOS AGREGADOS
FAIXA GRANULOMÉTRICA:

Pintura de Ligação entre o Binder e a Capa

A pintura de ligação foi executada sobre os mesmos procedimentos já menciona anteriormente, apenas a taxa de aplicação foi modificada para 0,5 l/m² por se tratar de revestimento novo (Figura 17).

Camada de rolamento tipo capa

A execução desta camada teve o mesmo desenvolvimento já descrito no Binder, sendo diferenciado apenas na granulometria e textura superficial. A camada de rolamento foi concebida para gerar macrodrenagem superficial e garantir o coeficiente de atrito exigido pelas Normas Internacionais.

Para determinação final da composição granulométrica da mistura betuminosa que comporia a capa de rolamento final foram executar 4 trechos experimentais para a determinação da textura ideal utilizando-se o critério Mu-Meter, com índice definitivo de 0,63 (primeiro trecho = 0,54, segundo trecho = 0,58 e terceiro trecho 0,60).

O nível de regularidade e ondulação do pavimento atendeu ao coeficiente de conforto preconizado pela ICAO.

ESTUDO GRANULOMÉTRICO DOS AGREGADOS
FAIXA GRANULOMÉTRICA:

Figura 17 – Curva granulométrica da mistura betuminosa capa de rolamento.

RESULTADOS OBTIDOS

A obra foi executada com acompanhamento tecnológico rigoroso e os resulta obti demonstram que alcançamos os objetivos preconiza nos estu tecnológicos.

O Ministério da Aeronáutica realizou, após o término da obra, inspeções de atrito e regularidade superficial através de método computacional de elementos finitos bem como, voo instrumental com o avião de teste do Departamento de Proteção ao Voo, obtendo excelentes resulta liberando assim, a pista ao tráfego aéreo.

Os resulta obti, comparando-se a solução Bidim com a do projeto original, revelam uma cativa redução nos custos e no prazo de execução da obra. Como a aplicação múltipla na recuperação e manutenção de rodovias, pavimentos flexíveis de pontes, viadutos e túneis esta tecnologia poderá ser utilizada também na pavimentação flexível das rodovias ora em processo de licitação para concessão.

Por seu baixo custo e pela rapidez em sua instalação, esta técnica, testada e aprovada num pavimento que atende rígidas normas internacionais de segurança é certamente um caminho por onde passará a recuperação da malha rodoviária brasileira. É uma nova estrada a se percorrer na trilha tecnológica do futuro.

A busca e o uso de novas tecnologias desde que comprovada cientificamente garante a sobrevivência, o crescimento, a perpetuidade e a segurança empresarial.

AGRADECIMENTOS

A solução técnica da restauração da pista de pouso 15º/33º, só se tornou possível graças a determinação e apoio do Eng. Severino Marques Fernandes Filho, responsável técnico industrial da Construtora Norberto Odebrecht S/A, a quem agradecemos.

Nossos agradecimentos especiais a toda equipe técnica da Construtora Norberto Odebrecht S/A e demais funcionários da INFRAERO, pela colaboração e especial sentimento de profissionalismo demonstrado durante os trabalhos de implantação da Pista de Pouso 15º/33º.

BIBLIOGRAFIA

Projeto de camadas de reforço com camada intermediária de Geotêxtil, 25ª Reunião Anual de Pavimentação, Paulo, Eng. Salomão Pinto ET AL, (1981).

El uso de Geotextiles en Repavimentacion asfáltica una experiencia Recientes, El fenômeno de lá Fissuration de los pavimentos lãs “Fissuras Reflejas”, XI Congresso Argentino de Vialidad y trânsito, Eng. Laerte Guião Maroni, (1982).

Aplicação do Geotêxtil nãotecido na restauração do pavimento da Ruta 5 e Ruta 7 “Uma experiência Argentina”, XXVI Reunião Anual de Pavimentação, Eng. Laerte Guião Maroni. Et al, (1922).

Estudo do comportamento à fadiga de misturas betuminosas e aplicação na avaliação estrutural de pavimentos. “Tese de doutorado COPPE- UFRJ, Eng. Salomão Pinto, (1991).

A mecânica da fratura aplicada ao estudo do trincamento de pavimentos, 11º Encontro de asfalto, Jacques de Medina e Regis Martins Rodrigues, (1992).

A Mecanista Design Procedure for Fábrica Reinforced Pavement Systems, Un procede de modele merchanique pour des systemes de pavés en tissu renforcé, 2ª Conferência Internacional de Geotêxteis Las Vegas USA (1982), Majidzadeh, K. Et Al.

Cases e relatórios internos – Atividade Bidim.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Início da frisagem do pavimento existente capa e Binder fadiga.
Limpeza da superfície fresada.
Detalhe da limpeza da superfície fresada através do ar comprimido e espingardas direcionais
(compressor de ar).
Primeira aplicação do ligante asfáltico 1º banho.
Detalhe da pintura de ligação nas sobreposições do geotêxtil Bidim com auxílio da caneta do caminhão espargidora.
Pintura de ligação – 2º banho.
Controle de taxa de asfalto feito através de bandejas.
Aplicação do CBUQ sobre o geotêxtil Bidim devidamente impregnado com asfalto.
Detalhe do salgamento sob as trincas de passagem do caminhão.
Detalhe da vibro acabadora de asfalto, dotada de sensor de controle de greide.
Garantia da regularidade superficial da Pista de Pouso.
Compactação da camada de Binder com os rolos de pneus e cilindro.
Aspecto final da Pista de Pouso 15º 33º após a compactação da
capa de rolamento.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NO REVESTIMENTO DE CANAL EM GABIÃO NO CÓRREGO DAS AREIAS EM BETIM MINAS GERAIS



Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

O Município de Betim está localizado na região metropolitana de Belo Horizonte (822 m de altitude) a aproximadamente 60 quilômetros da capital mineira, próximo as rodovias federais BR-381 e BR-262.

Ocupando uma área de 376 km², a cidade possui 180.000 habitantes e tem como atividades econômicas a extração de minério de ferro, agricultura (cultivo de tomates e bananas), comércio e indústrias (Refinaria Gabriel Passos, Fiat Automóveis etc.).

Betim é um município em pleno desenvolvimento que vem enfrentando diversos problemas de infraestrutura, principalmente nas áreas de saneamento e transporte.

A Prefeitura Municipal de Betim vem combatendo estes problemas executando obras prioritárias para o município e para população tais como canalização de córregos urbanos construção de avenidas sanitárias.

Este trabalho relata a aplicação do geotêxtil Bidim (nãotecido agulhado, 100% poliéster, filamentos contínuos) no canal em gabião no Córrego de Areias, município de Betim em Minas Gerais.

O PROBLEMA

Implementar um sistema de drenagem ao canal em gabião no Córrego de Areias, município de Betim em Minas Gerais

A SOLUÇÃO

Foi utilizado a manta geotêxtil Bidim como elemento importante no sistema de drenagem da obra.

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Janeiro de 1994
  • LOCALIZAÇÃO: Município de Betim
  • CLIENTE: Prefeitura Municipal de Betim
  • TIPO DE OBRA: Gabião
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Elemento Filtrante
  • QUANTIDADE UTILIZADA: 80.000 m² de manta geotêxtil Bidim RT-16

DESCRIÇÃO DA OBRA

O projeto nasceu da necessidade de se resolver com rapidez e baixo custo os diversos problemas sociais enfrentam pela Prefeitura e população habitante da região do Córrego das Areias em Betim, Minas Gerais.

Sendo um córrego a céu aberto, o Córrego das Areias sofreu durante muito tempo com as chuvas, enchentes e demais problemas destas decorrentes. Quando do período das chuvas, toda a região vizinha ao córrego se transformava, havendo um aumento significativo do número de doenças, desabamentos etc.

Além de solucionar e ou minimizar os problemas acima resumi a Prefeitura Municipal de Betim propôs a construção do canal Córrego das Areias e construção de duas avenidas sanitárias laterais ao mesmo (Figura 1).

SEÇÃO TIPO 6 – EST. 15+,00m à 16+0,00m

                                                                                                             ESC.                                                            15

JUNTA DE DILATAÇÃO

As avenidas sanitárias laterais ligarão a cidade de Betim à cidade de Contagem, fazendo com que os ônibus que atendem os bairros da região tenham seu trajeto modificado, não tendo mais que utilizar a BR-381 para acessar alguns bairros e com melhoria no trânsito e maior segurança para a população local (Figura 2).

                                                                            ESC.                                    15

Figura 2 Perfil Transversal Tipo do Córrego das Areias e avenidas laterais

Localizado na bacia do Córrego Areias, ao lado das bacias do Rio Betim, Riacho das Pedras e Córrego do Embiruçu, o canal foi projetado para um tempo de recorrência de 25 anos e maximizando-se as condições meteorológicas da região (Figura 3 e Tabela 1).

NOTAS GERAIS

Vazões de Projeto por Trecho no Córrego Areias (TR = 25 anos e Maximização de Condições Meteorológicas).

TrechoÁrea Drenada (Km²)Descarga (m³/s)
EG (Córrego Embiruçu)16,274,4
FG (Riacho das Pedras)11,442,4
GH31,4115
HI35,1*115
IJ38,8*115
JK (Foz com Rio Betim)40,0*117

* Ajuste meteorológico

Tabela 1 Vazões de projeto por trecho Córrego Areias

Executado no período compreendido entre os meses de julho de 1991 e setembro de 1992 o canal em sua primeira fase teve extensão de 4.500 m. Construído com um caimento de 0,15% em um terreno com caimento de ordem de 0,50% o canal teve sua seção transversal variando ao longo de seu curso a fim de compensar esta diferença de nível e atender as vazões de projeto. A seção transversal tipo é trapezoidal com pequenas variações em relação a esta seção tipo. O fundo do canal é inclinado a fim de se evitar o acúmulo de sólido.

A execução do canal se deu em gabião tipo colchão dreno e tipo caixa sendo estes revesti em suas partes inferiores (fundo) com manta geotêxtil Bidim e em sua superfície com argamassa cimento-areia (Figura 4).

O = 117 m³/s

n = 0,014 (SEÇÃO REVESTIDA COM ARGAMASSA)

n = 0,030 (TALUDE GRAMADO) ALTURA TOTAL = 4,00 m

Figura 4 Seção tipo trapezoidal composta.

A seção transversal tipo do canal é trapezoidal de fundo inclinado e com paredes laterais revestidas com argamassa, com gabião caixa e grama. Foram estudadas soluções de canais em Concreto Armado, Bosacreto e Gabião Caixa, que se mostraram antieconômicas.

PROCESSO CONSTRUTIVO

Abaixo descrevemos as diversas fases de execução da obra, dentro da metodologia executiva adotada:

  1. Modificação do curso natural do Córrego das Areias.
  • Locação topográfica do canal a ser escavado. O canal foi estaqueado a cada vinte metros possuindo um total de 225 estacas.
  • Escavação mecânica do canal propriamente dito.
  • Locação topográfica eixos, níveis e seções transversais finais do canal.
  • Regularização e compactação de seção do canal. Durante a execução do canal foram observadas interferências no projeto tais como: adutoras, rochas, baixa capacidade de suporte do solo etc., que foram resolvidas sem maiores problemas.
  • Instalação do geotêxtil Bidim RT-16. As mantas foram fixadas com pedras de mão e em alguns casos com grampos metálicos em forma de “U”.
  • Instalação do Colchão Reno de espessura 0,30 m e gabiões caixa laterais.
  • Preenchimento do colchão dreno e gabiões caixa com pedras de mão.
  1. Acerto de geometria da seção com brita graduada número 1 na espessura de 2 cm.
  • Locação das juntas de dilatação transversais e longitudinais a cada 4 m a fim de se minimizar os efeitos de trincas e deformações provenientes das variações de temperatura e grande extensão do canal (Figura 3).
  • Execução das juntas de dilatação com sarrafo de madeira de seção 3 x 3 cm (junta aberta não rejuntada);
  • Assentamento do revestimento final em argamassa cimento-areia traço 1:4 na espessura de 3 cm.
  • A seção transversal de jusante diferencia-se da seção tipo por ter maior área de fundo e laterais em gabião Caixa. No enchimento do gabião com pedras de mão utilizaram-se gabaritos de madeira para garantir a geometria de projeto impedindo-se o estufamento das telas.
  • Acerto das pistas das avenidas sanitárias laterais com execução de aterros, cortes e obras civis e de arte.
  • Plantio de grama em placas nos taludes laterais.
  • Urbanização final da obra.
  • A execução do canal se deu de montante para jusante.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

Devido as suas excelentes propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas o geotêxtil Bidim foi escolhido para revestir os colchões Reno e gabião Caixa do canal.

No revestimento do canal a manta geotêxtil Bidim desempenha a função de filtração. A aplicação de revestimentos (permeáveis) do tipo colchões dreno e gabiões caixa sobre as margens do canal requerem a utilização de um filtro para evitar que materiais finos sejam arrasta pela correnteza ou pela ação de ondas, através espaços vazios dos revestimentos.

No caso do revestimento (impermeável) em argamassa, o aparecimento de subpressões hidrostáticas pode provocar rachaduras nas paredes do canal. Estas subpressões são provocadas pelas bruscas variações do nível de água (lençol freático) e consequente variação de pressões. O geotêxtil Bidim cria uma região mais permeável que o solo adjacente e impede que o carreamento das partículas do solo através de seus poros por percolação. Desta forma o geotêxtil Bidim substitui as camadas de brita e areia utilizadas comumente e funciona como elemento de drenagem aliviando subpressões.

O geotêxtil Bidim, devido disposição multidirecional de seus filamentos, apresenta praticamente a mesma resistência segundo quaisquer direções de solicitação, resistindo aos esforços de tração, atrito, rasgo, estouro e deformações que possam incidir sobre a manta quando do desempenho de suas funções.

Em função de sua matéria prima ser 100% poliéster, o geotêxtil Bidim apresenta características mais favoráveis a durabilidade e resistência aos agentes físico-químicos. Em contato com ácido, bases, oxidantes, redutores, soluções salinas a solventes orgânicos que porventura possam fazer parte do conteúdo do córrego, o poliéster resiste perfeitamente não sendo alteradas suas características de resistência. O geotêxtil Bidim não é atacável por microrganismos sendo, portanto, imputrescível ou não degradável.

Por ser flexível o geotêxtil Bidim adapta-se perfeitamente a geometria gabiões além de ser de fácil manuseio e instalação, não necessitando de mão de obra especializada.

AGRADECIMENTOS

Os autores deste trabalho agradecem a toda a equipe da Prefeitura Municipal de Betim, a Via Engenharia S/A, a Engesolo Engenharia S/A e a Sanag Engenharia de Saneamento, em especial ao Eng. Olavo Lanhez Júnior sem as quais não teria sido possível a realização deste trabalho.

BIBLIOGRAFIA

ATIVIDADE BIDIM “Catálogos: “Aplicações em obras de Engenharia” e ‘Obras de Proteção ao Meio Ambiente”.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Placas informativas da obra.
Mantas geotêxtis Bidim RT-16.
Vista parcial do Córrego das Areias antes da canalização.
Modificação do curso natural do Córrego das Areias.
Instalação do geotêxtil Bidim e gabiões (colchão Reno).
Preenchimento do colchão com pedras de mão.
Vista geral das diversas fases de execução da obra.
Acerto da geometria final do gabião com brita graduada.
Execução da argamassa de revestimento final do canal.
Execução do gabião caixa utilizando gabarito de madeira.
Gabião caixa revestido com geotêxtil Bidim na seção de jusante.
Vista da parte do revestimento final executado.
Vista da obra concluída e em operação.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NO SISTEMA DE DRENAGEM DE EFLUENTES LÍQUIDOS PARA EXTRAÇÃO DE OURO NA SÃO BENTO MINERAÇÃO S/A SANTA BÁRBARA MINAS GERAIS



Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

A Bento Mineração ocupa uma área de 800 há, possuindo uma mina subterrânea, de onde são extraídas 34.000 ton/mês de minério e uma usina metalúrgica, onde é beneficiado o minério, produzindo 260 kg de ouro por mês.

A lavra subterrânea é realizada em galerias adotando o método “cut and fill” (corte e aterro) aonde o minério vai para a usina metalúrgica de beneficiamento e retorna ao subsolo preenchendo os espaços lavra.

Após o beneficiamento do minério feito pelo processo de oxidação sob pressão, a polpa do minério com efluentes líquido provenientes do processo retorna ao interior da mina subterrânea (“back fill”).

O “back fill” que retorna é utilizado para aterrar as galerias subterrâneas sendo drenado utilizando-se um sistema de tubos drenos revesti com manta geotêxtil Bidim dentro do processo de extração de ouro.

Este trabalho relata a aplicação do geotêxtil Bidim (nãotecido agulhado, 100% poliéster, filamentos contínuos) no sistema de drenagem de efluentes líquido para extração de ouro na Bento Mineração S/A.

O PROBLEMA

Implementar um sistema de drenagem para os efluentes líquidos na extração de ouro na Bento Mineração S/A.

A SOLUÇÃO

Foi utilizado como elemento importante no sistema de drenagem da obra a manta Geotêxtil Bidim.

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Novembro de 1993
  • LOCALIZAÇÃO: Fazenda Bento s/n, no Município de Santa Bárbara em Minas Gerais
  • CLIENTE: A contratante serviços é a Bento Mineração S/A.
  • TIPO DE OBRA: Mineração
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Elemento do filtrante no sistema de drenagem
  • QUANTIDADE UTILIZADA: 3.000 m² de geotêxtil Bidim RT-10

Finalidade da Obra

Drenagem efluentes líquido contido na polpa do minério, que retorna para o interior de mina após o beneficiamento (“back fill”), no processo de extração de ouro.

Metodologia de Lavra e Beneficiamento do Minério

Na lavra das galerias subterrâneas foi adotado o método “cut and fill” (corte e aterro), sendo parte do rejeito devolvido ao subsolo na forma de polpa (minério e líquido) chamado de “back fill”.

No beneficiamento do minério foi adotado (no processo de dessulfetação) o método de oxidação sob pressão, lixiviação bacteriana e cianetação.

Sistema de drenagem

O sistema de drenagem é constituído de um conjunto de tubos drenos perfura, instala verticalmente e horizontalmente formando redes principais e secundárias de drenagem.

Este sistema de tubos é revestido com geotêxtil Bidim num processo simples, produtivo e eficaz.

Capacidade de Produção

 extraídas 34.000 ton/mês de minério com uma produção de 260 kg de ouro por mês.

Calcula-se que já foram moí aproximadamente 1,4 milhão de toneladas de minério do subsolo resultando numa produção de 10,4 toneladas.

Contratante A contratante serviços é a Bento Mineração S/A.

Projeto

Os projetos do processo de extração de ouro são de responsabilidade da Bento Mineração com custo global estimado em US$ 85 milhões sendo US$ 17 milhões custos com proteção ambiental.

Consumo de materiais

O sistema de drenagem de efluentes líquido para extração de ouro tem um consumo médio mensal de aproximadamente 3.000 m² de geotêxtil Bidim RT-10 e, aproximadamente, 4.000m de tubos drenos perfura em PVC.

Figura 1 Localização da obra.

METODOLOGIA DE LAVRA E BENEFICIAMENTO DO MINÉRIO

A lavra das galerias subterrâneas é feita pelo método “cut and fill” (corte e aterro) onde as escavações são realizadas e o minério é enviado a usina metalúrgica para beneficiamento. O progresso de escavação é em sua maioria mecanizado e os cortes são feitos de baixo para cima com uma determinada inclinação de projeto aumentando assim a produção.

Nas galerias abertas as paredes superiores são chamadas de “Hanging wall” e as paredes inferiores de “Foot wall”. À medida que as escavações vão progredindo e a galeria aumenta de tamanho, torna-se necessário a redução das alturas de trabalho aterrando o piso com o “back fill” e permitindo novamente o trabalho das máquinas e equipamentos.

O método de corte e aterro, além de aumentar a garantia de estabilidade da área lavrada, minimiza a quantidade de rejeito a ser depositado a céu aberto, uma vez que grande parte dele retorna ao subsolo para realização aterros.

Após a extração do ouro, a polpa de minério estéril na forma de lama (minério e líquido) retorna ao subsolo (“back fill”) sendo depositada em aterros hidráulicos contido por cercas de madeira revestidas com geotêxtil Bidim. A drenagem do “back fill” é feita por um sistema de tubos drenos perfura, instala verticalmente e horizontalmente e formando redes principais e secundárias de drenagem. Este sistema de tubos é revestido com geotêxtil Bidim num processo simples, produtivo e eficaz.

A mina possui duas entradas principais sendo uma delas um poço vertical com aproximadamente 930 metros de profundidade escavado para facilitar o acesso de pessoal, material e equipamentos aos níveis mais profundos dela.

Todo o processo de extração de ouro é fiscalizado por pessoal especializado obedecendo as normas de segurança e utilizando materiais e equipamentos da melhor qualidade. O transporte de pessoal, material equipamentos é feito através de elevadores e vagonetes (Figura 2).  

Figura 2 Vista geral do sistema de extração de ouro.

CERCAS DE CONTENÇÃO DE ATERROS HIDRÁULICOS

A deposição do “back fill” para execução aterros hidráulicos é feita logo após a execução das cercas de contenção. Estas cercas são construídas em madeira unindo o “Hanging wall” ao “Foot wall” a uma altura de 2,40 metros do piso do minério (Figura 3).

Figura 3 Seção transversal da cerca de contenção do “Back Fill”.

Os caibros ou mourões de candeia são assenta na vertical e espaça de 2 em 2 m. Estruturando os mourões, são pregadas tabuas de 30 x 2,5 cm espaçadas de 5 em 5 cm, e cabo de aço diâmetro de 5/8” espaça de 50 em 50 cm, fixa com cavilha tipo “split set”.

Nos locais acima de 3,5 m, as cercas são reforçadas internamente com dormentes e cabos de aço fixa no

“Hanging wall” e “Foot wall” (Figura 4). A cerca é revestida internamente com geotêxtil Bidim devido às excelentes propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas do produto (Figura 5).

Figura 4 Ancoragem das cercas em painéis maiores.

Figura 5 Seção longitudinal da cerca de contenção do “back fill” e do sistema de drenagem.

SISTEMA DE DRENAGEM

O sistema de drenagem é constituído de um conjunto de tubos drenos perfura instala verticalmente e horizontalmente formando redes principais e secundárias de drenagem. Estes tubos são totalmente revesti por manta geotêxtil Bidim, previamente cortado e costurado em forma de camisas que revestem todo o sistema de tubos.

A rede de drenos secundaria é constituída por tubos em PVC perfurado, diâmetro variando de 75 a 100 mm. Estes tubos são instala na horizontal espaça de 3 em 3 m com o comprimento variando de acordo com o tamanho do aterro. Na vertical os tubos são instala espaça de 6 em 6 m e altura de 60 cm acima do nível do enchimento (Figura 5 e 6).

A rede secundária descarrega na rede principal que é constituída por tubos em chapas metálicas denominadas “ore pass” (passagem de minério) que possuem um diâmetro de 100 cm. Estes tubos são instala verticalmente e coletam os líquidos que serão retira da mina (Figura 7).

Figura 7 Vista parcial do sistema de contenção e do sistema de drenagem.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

Devido as suas excelentes propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas o geotêxtil Bidim foi escolhido para revestir, internamente as cercas de contenção aterros hidráulicos e externamente os tubos drenantes. No sistema de drenagem o geotêxtil Bidim desempenha funções de SEPARAÇÃO, FILTRAÇÃO e REFORÇO.

O geotêxtil Bidim associado aos tubos drenantes cria uma região mais permeável que o solo adjacente e impede o carreamento das partículas finas do solo através de seus poros por percolação atuando como filtro.

Devido à orientação multidirecional filamentos, apresenta praticamente a mesma resistência segundo quaisquer direções de solicitação, resistindo aos esforços de tração, punção, atrito, rasgo, estouro e deformação, que possam incidir sobre a manta quando do desempenho de suas funções.

Em função de sua matéria prima ser 100% poliéster, o geotêxtil Bidim apresenta características mais favoráveis a durabilidade e resistência aos agentes físico-químicos. Em contato com ácido, bases, oxidantes, redutores, soluções salinas e solventes orgânicos o poliéster resiste perfeitamente não sendo alteradas suas características de resistência.

O geotêxtil Bidim não é atacável por microrganismos sendo, portanto, imputrescível ou não degradável. Por ser flexível se adapta perfeitamente a geometria das cercas e tubos além de ser de fácil manuseio e instalação, não necessitando de mão de obra especializada. O aspecto da segurança também foi atendido já que o geotêxtil Bidim é autoextinguível do Grupo 2, significando que em caso de incêndios a chama não se propaga na manta, ficando restrita ao seu campo de ação.

AGRADECIMENTOS

Os autores deste trabalho agradecem à Bento Mineração S/A, em especial ao Eng. Eduardo Tavares Santos Chefe da Divisão de Apoio, Sr. João Rodrigues Evangelista Chefe de Turno ao Sr. Wilton Machado de Souza Técnico de Controle de Qualidade e Sr.  Araújo de Souza Técnico de Ventilação e Controle de Qualidade, pelas valiosas colaborações sem as quais não teria sido possível a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATIVIDADE BIDIM Catálogos: “Aplicações em Obras de Engenharia” e “Obras de proteção ao Meio Ambiente”.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Maquete do sistema de extração de ouro.
Entrada principal da mina.
Cerca de contenção do “back fill”.
Tubos drenos revesti com geotêxtil Bidim prontos para instalação.
Instalação tubos drenos verticais e horizontais dentro do sistema de drenagem do “back fill”.
Tubulões de acesso de pessoal (“ore pass”) para fiscalização e acompanhamento   serviços.
Tubulão de drenagem principal e acesso de pessoal (“ore pass”).
Bobina de geotêxtil Bidim utilizada nas cortinas de contenção e sistema de drenagem.

UTILIZAÇÃO DE GEOTÊXTIL BIDIM E ASFALTO OXIDADO PARA IMPERMEABILIZAÇÃO DE RESERVATÓRIOS E CANAIS DE ADUÇÃO EM SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO, IPANGUAÇU – RN

DADOS DA OBRA

Produto

Geotêxtil Bidim RT-10.

Tipo de asfalto

Asfalto oxidado O-115.

Tipo de obra

Reservatório e canais de adução para sistema de irrigação.

Função do Bidim

Elemento estruturante do sistema de impermeabilização asfáltica executada “in loco”.

Local

Ipanguaçu Rio Grande do Norte.

Comprimento canais

4.400 m.

Data da execução

1ª Etapa (Agosto à Novembro de 1987) 3.400 m.

2ª Etapa (Dezembro de 1988) 1000 m.

 DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA         

(agosto-Novembro/1987)
Imprimação do solo previamente regularizado com asfalto diluído (Etapa 1).
2 (agosto-Novembro/1987)
Vista do trecho do canal de irrigação com o solo devidamente preparado.
Novembro/1987)
Instalação do geotêxtil Bidim
RT-10 sobre o solo. A manta é fixada ao solo por grampos de arame para evitar deslocamento por efeito do vento durante os trabalhos de impregnação como asfalto.
Instalação do geotêxtil Bidim RT-10 em trecho com talude em curva. Deve-se evitar a formação de rugas e pregas, removendo-as mediante corte com sobreposição posterior e aplicação de camada extra de asfalto nessas juntas.
(agosto-Novembro/1987) Aplicação do asfalto oxidado (a quente) por meio de regadores de mão em camada única.
(agosto-Novembro/1987)
Trecho inicial do canal de irrigação na fase de execução da impermeabilização asfáltica “in loco”.
(agosto-Novembro/1987)
Canal de irrigação já revestido e em fase de operação.
(agosto-Novembro/1987) Canal de irrigação já em funcionamento.
(fevereiro/1988)
Trecho em curva do canal, em operação há cerca de 4 a 6 meses.
(fevereiro/1988)
Trecho inicial do canal já em fase de operação a cerca de 4 a 6 meses.
(fevereiro/1988)
Detalhe do trecho do canal de irrigação que não foi impermeabilizado com o geotêxtil Bidim impregnado com asfalto em virtude de apresentar solo pouco permeável. As forças erosivas da correnteza, marolas e ação do vento começaram a danificar o canal, em poucos meses.
(fevereiro/1988) Aspecto da superfície.
 (fevereiro/1988)
Canal de irrigação e sistema por aspersão em pleno funcionamento.
(janeiro-Julho/1988) Canal de irrigação e sistema por aspersão em pleno funcionamento (4 a 6 meses).
(dezembro/1988) Aspecto do sistema de
impermeabilização com geotêxtil Bidim impregnado com asfalto logo após a execução (Etapa 2).
(dezembro/1988)
Aspecto de um trecho do canal já em operação após aproximadamente 13 a 16 meses.
(dezembro/1988)
Aspecto de um trecho do canal já em operação após aproximadamente 13 a 16 meses.
Nota-se o perfeito estado da obra.
Início do canal: Vê-se, ao fundo, a estrada que liga Açu a Macau, passando por Ipanguaçu.
O canal é constituído em seu início por uma caixa de sedimentação. Ao lado da estrutura de concreto, o geotêxtil Bidim impregnado com asfalto.
Parte do canal, em que foram apenas realizados os serviços de terraplenagem.
Vista da entrada do canal durante os serviços de instalação do geotêxtil Bidim.
Início da impermeabilização propriamente dita.
No talude à esquerda, aplicação do asfalto sobre o geotêxtil Bidim.
Aplicação manual do asfalto.
Impermeabilização na área da passagem de nível.
Impermeabilização na área da passagem de nível, vista de outro ângulo.
Canal impermeabilizado já em operação.
Trecho inicial do canal, já em operação.
Trecho inicial do canal, já em operação.
Detalhe do ponto de transição com/sem sistema de
impermeabilização geotêxtil Bidim impregnado com asfalto. Foto tirada do topo em direção ao fundo do canal.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NO PROCESSO DE EXTRAÇÃO DE OURO POR LIXIVIAÇÃO PARA MINERAÇÃO PITANGUI LTDA CONCEIÇÃO DO PARÁ MINAS GERAIS


Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

A Mineração Pitangui Ltda. está localizada a aproximadamente 150 km de Belo Horizonte, na cidade de Conceição do Pará em Minas Gerais, sendo esta uma Empresa do grupo da Mineração Morro Velho S/A cuja sede está na cidade de Nova Lima em Minas Gerais. Este trabalho relata a aplicação do geotêxtil Bidim (nãotecido agulhado, 100% poliéster, filamentos contínuos) no sistema de drenagem de rejeitos líquidos, dentro do processo de extração de ouro por lixiviação para a Mineração Pitangui Ltda.

O PROBLEMA

Implementar um sistema de drenagem de rejeitos líquidos, dentro do processo de extração de ouro por lixiviação para a Mineração Pitangui Ltda.

A SOLUÇÃO

Foi utilizado a manta geotêxtil Bidim como elemento principal do sistema de drenagem de rejeitos líquidos, dentro do processo de extração de ouro por lixiviação da então obra.

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Setembro de 199
  • LOCALIZAÇÃO: Conceição do Pará em Minas Gerais
  • CLIENTE: a Mineração Pitangui Ltda
  • TIPO DE OBRA: Mineração
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Elemento filtrante no processo de extração de ouro por lixiviação
  • QUANTIDADE UTILIZADA: Aproximadamente 4.000 m² de manta geotêxtil Bidim RT-10

PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE

O homem, desde os mais remotos tempos, tem participado de um processo contínuo de evolução, que culminou no estágio atual de desenvolvimento, com grandes conquistas, benefícios e melhor qualidade de vida para a humanidade.

Neste processo de desenvolvimento, é de fundamental importância, a relação do homem com seu habitat visando a preservação do Meio Ambiente contra as condutas e atividades lesivas que possam vir a causar a poluição do ar, poluição das águas e poluição do solo.

A preservação e proteção do meio ambiente é uma preocupação mundial, motivada em partes pelos acidentes ecológicos ocorri pela deposição inadequada de resíduos (rejeitos) sólido e líquido no solo gerando aumento nos índices de doenças em seres humanos, destruição da fauna e flora, alterações do clima, degradação das águas de superfícies e subterrâneas etc. (Figura 1 e 2).

É sabido que o processo industrial de transformação do minério gera rejeitos líquido que deverão ser coleta e dispostos em locais apropria preservando o meio ambiente e assegurando a mínima interferência com a fauna e flora, climatologia, regimes e qualidade das águas superficiais e subterrâneas.

INDUSTRIALIZAÇÃO DO MINÉRIO

A Mineração Pitangui Ltda. faz a extração do ouro pelo método de lixiviação em pilhas, que consiste em se promover a solubilização do metal através da aspersão de ácido de cianeto de sódio sobre o minério (Figura 3).

A aspersão do ácido de cianeto de sódio sobre o minério é feita por um sistema de tubos instala sobre a pilha de minério.

A percolação de ácido no minério se dá por gravidade e todo o ácido contaminado com pó de ouro é drenado por um sistema de tubos drenantes flexíveis revesti com geotêxtil Bidim RT-10. Estes tubos coletam e conduzem o ácido para calhas e valetas que em função da velocidade de percolação fazem uma pré-seleção do ácido por grau de contaminação (Figura 4).

Figura 4 Sistema de distribuição e coleta de líquido.

Na usina de beneficiamento é feita a separação do ouro e o ácido que sobra do processo é estocado em um tanque impermeabilizado denominado de “lagoa de secagem”. A fim de proteger o meio ambiente (solo e lençol freático) além de se evitar as perdas de ouro, tanto as pilhas de lixiviação quanto o sistema de separação e condução bem como os tanques de secagem são dota de sistemas de impermeabilização. O elemento impermeabilizante utilizado na obra foi a manta Sansuy, à base de Cloreto de Polivinila.

A continuação do processo é feita alterando-se as pilhas de minério utilizando-se um sistema de correias transportadoras rebocáveis. Paralelamente é feito o monitoramento serviços para controlar a existência de prováveis fontes de poluição ao meio ambiente.

Figura 5 Estocagem final resíduos.

SISTEMA DE DRENAGEM

O sistema de drenagem da Mineração Pitangui trata basicamente da drenagem superficial e profunda. A drenagem superficial lida com a água (resíduos) que precipita e escoa superficialmente, devendo ser conduzida por estruturas superficiais (sarjetas, canaletas, canais, etc.) e subterrâneas (tubulações, galerias, etc.). A drenagem subterrânea lida com a água de percolação no solo provenientes do lençol freático, formado pelas águas subterrâneas e águas de infiltração.

Nas pilhas de lixiviação temos a influência das águas de chuva e do ácido de cianeto de sódio aspergido. No processo de extração de ouro a percolação do ácido na pilha de minério se dá por gravidade e todo o ácido contaminado com pó de ouro é drenado por um sistema de tubos drenantes flexíveis revesti com geotêxtil Bidim RT-10.

O tubo dreno utilizado foi com diâmetro de 100 mm. Estes tubos apresentam excelentes propriedades mecânicas e hidráulicas sendo resistentes as cargas aplicadas, as ações químicas ácidas etc. (Figura 6).

ORIFÍCIO

                                                    

 Tubos drenos. Características físicas
DenominaçãoDiâmetro externo (mm)Diâmetro interno (mm)Passo (mm)Raio de curvatura (cm)Área aberta (cm²/m)
KN 3”79,066,018,540,0110,0
KN 4”100,082,019,050,0130,0
KN 8”230,5199,525,0100,0210,0

Figura 6 Vista longitudinal do tubo dreno e principais características físicas.

Por serem de pequeno peso, flexíveis, forneci em rolos de até 50 m e de fácil manuseio os tubos agilizaram os trabalhos de instalação e funcionamento do processo. O sistema de tubos, coleta e conduz o ácido para as calhas e valetas que fazem uma pré-seleção do ácido por grau de contaminação.

Na Usina de Beneficiamento é feita a separação do ouro e o ácido que sobra do processo é estocado em um tanque impermeabilizado chamado de “Lagoa de Secagem”.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

Devido as suas excelentes propriedades físicas, mecânicas e hidráulicas o geotêxtil Bidim foi escolhido para revestir externamente os tubos drenantes. No sistema drenante o geotêxtil Bidim desempenha as funções de

FILTRAÇÃO e SEPARAÇÃO.

O geotêxtil Bidim é previamente cortado em tiras aproximadamente 40 cm de largura, instaladas envolvendo toda a superfície externa tubos e amarradas com fio de nylon. Desta forma, e associado aos tubos drenantes, cria uma região mais permeável que o solo adjacente e impede o carreamento das partículas finas do solo através de seus poros por percolação, atuando como filtro.

Em função de sua matéria prima ser 100% poliéster, o geotêxtil Bidim apresenta características mais favoráveis à durabilidade e resistência aos agentes físico-químicos. Em contato com ácido, bases, oxidantes, redutores, soluções salinas e solventes orgânicos o poliéster resiste perfeitamente não sendo alteradas suas características (Tabela 1).

 CompostoCompatibilidadeObservações
Ácido fórmicoR 
Ácido NítricoR 
Ácido SulfúricoR 
Ácido AcéticoR 
Ácido ClorídricoREnsaiar p/ situações de temperatura > que 40ºC
Ácido OxálicoR 
Ácido FluorídricoR 
Ácido OrgânicoR 
Ácido BenzoicoR 
Ácido SalicílicoR 
Hidróxido de Amônia Hidróxido de Cálcio Hidróxido de Sódio                 S Ensaiar p/ situações de pH > 9 e Temp. > 20ºC. S         Ensaiar p/ situações de pH > 12 e Temp. > 40ºC S           Ensaiar p/ situações de pH > 12 e Temp. > 20ºC
Hipoclorito de SódioR 
Água OxigenadaR 
CloritoR 
Bicromato de PotássioR 
Hidrossulfito de SódioR 
 CompostoCompatibilidadeObservações 
BenzenoR 
ToluenoR 
XilenoR 
FenolSEnsaiar p/ situações de temperatura > que 70ºC
NitrobenzenoSEnsaiar p/ situações de temperatura > que 70ºC
NitrometanoR 
ClorofórmioR 
Álcool BenzílicoSEnsaiar p/ situações de temperatura > que 70ºC
HidrocarbonetosR 
AldeídosR 
ÉteresR 
ÉsteresR  
CetonasR  
TricloroetilenoR  
Tetracloreto de CarbonoR  
PercloroetilenoR  
BenzenoR  
Cloreto de SódioR  
Sulfato de CobreR 
Coreto FérricoR 
Cloreto de ZincoR 

Obs.: R = Resistente

S = Sensível

 Tabela 1 Comportamento do poliéster em presença de alguns compostos químicos.

AGRADECIMENTOS

Os autores deste trabalho agradecem a toda equipe da Mineração Pitangui Ltda., em especial ao Eng. Estáquio Vieira da Silva e do Eng. Paulo Ferreira da Mata sem as quais não teria sido possível a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Atividade Bidim

Catálogos: “Aplicações em obras de Engenharia” e “Obras de Proteção ao Meio Ambiente”. Revista Brasil Mineral setembro de 1993 pág. 24

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Vista geral da Mineração Pitangui.
Sistema de tubos de aspersão de cianeto de sódio sobre o minério.
Instalação   tubos-drenos.
Geotêxtil Bidim envolvendo tubo- dreno amarrado com fio de nylon.
Sistema de coleta e condução do ácido em tubos, calhas e valetas.
Detalhe da saída do ácido nos tubos-drenos.
Detalhe das valetas de condução de ácido.
Vista geral do sistema de coleta, condução (calhas e valetas) e estocagem (tanque).
Impermeabilização do talude com manta a base de PVC da Sansuy.
Lagoa de Secagem do ácido.
Alteamento das pilhas de minério nos taludes impermeabiliza.
Alteamento da pilha de minério com sistemas de correias transportadoras rebocáveis.

UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NA PROTEÇÃO DA MARGEM DOS RIOS INHOMIRIM, CAIOBÁ E MIRIM CAIOBÁ MUNICÍPIO DE MAGÉ RJ


Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

Este trabalho relata a aplicação do Geotêxtil Bidim (nãotecido agulhado, 100% poliéster, filamentos contínuos) como elemento de filtro de transição em muro de contenção com gabiões nos rios do município de Magé. Os Rios Inhomirim Caiobá e Mirim Caiobá se localizam em Piabetá Município de Magé Rio de Janeiro. Nesta obra, o Geotêxtil Bidim foi instalado na interface aterro/gabiões substituindo as transições granulométricas necessárias à execução de um filtro natural.

O PROBLEMA

Encontrar um material que sirva de elemento filtrante entre o material de aterro e muro de contenção.

A SOLUÇÃO

Foi utilizado o Geotêxtil Bidim como elemento filtrante no muro de contenção com gabiões nos rios do município de Magé

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: janeiro de 1994
  • LOCALIZAÇÃO: Piabetá Município de Magé Rio de Janeiro
  • CLIENTE: Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA)
  • TIPO DE OBRA: Mineração
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Elemento filtrante
  • QUANTIDADE UTILIZADA: 800 m² de geotêxtil Bidim RT-16

FINALIDADE DA OBRA

As obras de contenção das Margens Rios Inhomirim, Caiobá e Mirim Caiobá, embora tenham sido concebidas com características emergenciais, as mesmas, estavam previstas no Projeto Reconstrução Rio.

Trata-se de uma obra política, onde a fundação contratante, Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA), órgão da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, visou atender as necessidades e reivindicações da população de baixa renda do Município de Magé/Piabetá RJ.

As margens rios encontravam-se bastante instáveis, devido às cheias do último ano, apresentando um grande risco de acidentes para os residentes sitia nas proximidades taludes.

O projeto da recomposição original taludes tem como objetivo principal reduzir drasticamente a frequência das enchentes no Município e consequentemente, diminuir o número de mortes e prejuízos materiais causa pelas águas correntes.

Figura 1 Detalhe do trecho em recomposição de taludes, estacas 535 a 540 (linha base).

DESCRIÇÃO DA OBRA

O referido CASE trata-se do Trecho 1, situado entre as estacas 535 a 540, pertencente à empresa Construtora OAS Ltda.

O projeto de autoria da Sondotécnica S/A, especificava a utilização de uma estrutura de contenção para os taludes das margens Rios Inhomirim, Caiobá e Mirim Caiobá no município de Magé RJ.

A escolha do projeto executivo, recaiu sobre as estruturas de contenção em gabiões, tipo caixa e colchão dreno, devido as suas principais características:

  • Fundações pouco profundas;
  • Flexibilidade de execução;
  • Peso próprio elevado (contenção por gravidade); – Grande permeabilidade; – Facilidade de construção.

A Construtora OAS LTDA contratou a Empresa Mariplan Assessoria Planejamento e Comércio Ltda. de Paulo SP, para executar o projeto de gabião e supervisionar sua execução.

Em consequência da desestabilização das margens rios, devido à variação do nível da água em época de chuvas, a projetista especificou em projeto a utilização do gabião, confeccionado com geotêxtil Bidim RT-16.

O trecho em gabião compreendeu uma extensão de 60 m de comprimento por m de largura, empregando-se cerca de 800 m² de geotêxtil Bidim RT-16 (Figura 2).

Figura 2 Seção transversal (estaca 535).

Figura 2 Seção transversal (estaca 535).

FUNÇÕES DO GEOTÊXTIL BIDIM

O geotêxtil Bidim desempenha a função FILTRAÇÃO e proporciona a estabilização do solo através da formação de um pré-filtro.

Como elemento filtrante o geotêxtil Bidim retém os finos do solo, estabilizando as margens e consequentemente proporcionando um rápido alívio das subpressões (Figura 3).

 Figura 3 Detalhe em corte do muro de contenção em gabião.

VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

O geotêxtil Bidim quando aplicado como elemento filtrante, entre o material de aterro e muro de contenção, ele apresenta excelentes vantagens, tais como:

  • Melhor estabilização das margens;
  • Maior vida útil do revestimento;
  • Maior velocidade de execução

AGRADECIMENTOS

Agradecemos as colaborações do Eng.  Augusto Teixeira da SERLA e da Eng. Magda Maria O. Lima da Mariana Assessoria Planejamento e Comércio Ltda., sem os quais não seria possível a elaboração deste trabalho.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Vista geral da ruptura do talude entre as estacas 535 a 540.

Fase inicial de limpeza e regularização do local destinado à instalação gabiões.

Vista geral da obra com execução gabiões “Caixa”.
Vista geral da conclusão do gabião “Colchão Reno” e início da 1º fase da base do gabião “Caixa”.
Detalhe do reaterro concluído com cobertura vegetal, e acabamento do gabião, “caixa” com lastro de concreto.
Vista final da obra já concluída.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM COMO ELEMENTO DE PROTEÇÃO DE GEOMEMBRANA NO ATERRO DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS M-8 DA I.C.I BRASIL S.A.


Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

Este trabalho relata a aplicação do Geotêxtil Bidim (nãotecido agulhado, 100% poliéster, filamentos contínuos) como elemento de proteção da geomembrana no sistema impermeabilizante do Aterro de Disposição de Resíduos Industriais M-8 da ICI Brasil SA. Destinada à estocagem de resíduos industriais, provenientes da produção de produtos químicos na Fábrica de Rio Claro, esta obra foi implantada na Fábrica de Paulínia, localizada no Km 130 da Rodovia SP-332 no município de Paulínia SP.

O PROBLEMA

Implementar um sistema de proteção da geomembrana do Aterro de Disposição de Resíduos Industriais M-8 da ICI Brasil SA

A SOLUÇÃO

Foi utilizado a manta geotêxtil Bidim como elemento de proteção da geomembrana da obra.

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Fevereiro de 1993
  • LOCALIZAÇÃO: Rodovia SP-332 Km 130 Paulínia   Paulo Brasil
  • CLIENTE: ICI Brasil SA Fábrica de Paulínia
  • TIPO DE OBRA: Disposição de resíduos industriais
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Separação, filtração, reforço e Proteção
  • QUANTIDADE UTILIZADA: Não informada

HISTÓRICO DA OBRA

Em atividade desde 1978 esta unidade da ICI Brasil SA, destinada à produção de defensivos agrícolas, efetua a estocagem resíduos industriais em aterros estanques localiza na própria fábrica.

Comprometida com a proteção e preservação do meio ambiente a ICI Brasil SA desenvolve estu para a estocagem resíduos industriais. Este estudo visa determinar tanto o local a ser implantado o “Aterro de Disposição Resíduos Industriais” como o sistema impermeabilizante a ser adotado.

A área destinada à estocagem resíduos industriais foi escolhida por apresentar um solo argiloso e homogêneo com baixa permeabilidade, k = 10-7 cm/s. Na remota possibilidade de ocorrer alguma deficiência no sistema impermeabilizante tais características dificultariam a percolação e contaminação do solo pelos resíduos industriais, atuando desta forma como uma garantia suplementar até que o problema fosse sanado.

O sistema impermeabilizante adotado é composto por uma geomembrana de poli cloreto de Vinila (PVC), protegida tanto em sua face inferior como em sua face superior pelo geotêxtil Bidim. A proteção mecânica é efetuada com uma camada de solo-cimento.

Atualmente a área de estocagem de resíduos industriais da Fábrica de Paulínia possui um Aterro de Disposição de Resíduos Industriais já concluí, denominado Aterro M-8, destinado à estocagem de resíduos provenientes da Planta Química de Rio Claro.

DESCRIÇÃO DA OBRA

O Aterro de disposição de resíduos industriais M-8 foi executado utilizando-se resíduos industriais para o reaterro de uma vala com seção trapezoidal, escavada mecanicamente, conforme esquematizada na Figura 1.

Visando regularizar a superfície e eliminar os elementos contundentes que pudessem vir a ferir a geomembrana, tais como raízes e materiais granulares, efetuou-se um acabamento manual da vala.

Figura 1 Planta e seção transversal do Aterro M-8.

Para viabilizar o controle da integridade do sistema impermeabilizante do Aterro M-8, sua base foi executada com um caimento de 2%, tanto no sentido longitudinal como no sentido transversal ao comprimento de vala, onde se executou um sistema drenante de modo a se garantir a drenagem do aterro.

O sistema drenante é composto de um colchão drenante de areia com 10 cm de espessura sob o qual há uma vala drenante com seção de 20 cm x 20 cm, executada sobre um lastro de concreto e composta por um tubo de PVC com diâmetro de 10 cm envolto por brita 2 e revestida pelo geotêxtil Bidim RT-21 (Figura 2).

A vala drenante foi dotada de uma caixa de inspeção ligada a um poço de monitoramento para inspeção e controle do Aterro M-8 (Figura 2).

O sistema de impermeabilização foi composto na base do aterro por uma geomembrana de PVC, de 1,2 mm de espessura, protegida em sua face inferior pelo geotêxtil Bidim RT-21 e em sua face superior por uma camada de 50 cm de argila compactada (Figura 3).

O sistema de impermeabilização do talude do aterro foi composto por uma geomembrana de PVC com 1,2 mm de espessura, protegida tanto em sua face inferior como em sua face superior pelo geotêxtil Bidim RT-21 (Figura 4).

Figura 4 Detalhe do sistema de impermeabilização do talude do Aterro M-8.

A proteção mecânica do talude foi executada com uma camada de 10 cm de espessura de solo-cimento e uma armadura construtiva com malha tipo “Telcon Q47”. O solo-cimento foi preparado com uma mistura de cimento Portland e solo argiloso com traço 1:8.

Para a ancoragem do sistema de impermeabilização escavou-se perimetral mente ao aterro uma vala com seção de 0,50 m x 0,50 m. Paralelamente a esta vala executou-se uma canaleta em concreto para a captação e drenagem das águas de escoamento superficial (Figura 5).

Para se garantir a estanqueidade quanto à água de precipitação, a cobertura do aterro foi executada com uma camada de regularização em solo argiloso com 50 cm de espessura sobre o qual se instalou uma geomembrana de PVC de 1,2 mm de espessura. Visando garantir um rápido escoamento de água de precipitação, a cobertura foi executada com um caimento de 5% (Figura 5).

Figura 5 Detalhe do sistema de impermeabilização da cobertura do Aterro M-8.

Geotêxtil Bidim no sistema de drenagem do Aterro M-8

Na vala drenante na base do aterro (Figura 2) o geotêxtil Bidim foi adotado pelo seu bom desempenho nas funções SEPARAÇÃO e FILTRAÇÃO. O geotêxtil Bidim atua como elemento de separação evitando a mistura entre a areia, material drenante do colchão drenante, e a brita nº 3, material drenante da vala drenante. Entre a brita 2 da vala drenante e o solo local o geotêxtil Bidim atua como filtro evitando a formação de “piping” no solo e a colmatação da vala drenante.

Geotêxtil Bidim na face inferior da geomembrana na base do Aterro M-8.

Pela sua espessura, característica geotêxtis nãotecido, o geotêxtil Bidim protege a geomembrana quanto ao esforço puncionante e à ação abrasiva da areia constituinte do colchão drenante (Figura 3). Por ser um geotêxtil nãotecido agulhado de filamentos contínuos o geotêxtil Bidim é um material isotrópico e com excelentes características de resistência mecânica. No caso do surgimento de acomodação localizada na base do aterro, tais características possibilitam que o geotêxtil Bidim contribua para uma melhora na resistência ao estouro do sistema impermeabilizante.

Geotêxtil Bidim no sistema de impermeabilização do talude do Aterro M-8.

No sistema de impermeabilização do talude do aterro (Figura 4) o geotêxtil Bidim desempenha diversas funções. Aplicado na face inferior o geotêxtil Bidim atua como elemento de PROTEÇÃO ao efeito de puncionamento da geomembrana gerado por irregularidades do substrato e como elemento de asfalto de alívio de subpressões numa eventual percolação de água no solo local. O alívio de subpressão se dá pela capacidade do geotêxtil Bidim de conduzir líquido e gases pelo seu corpo em função de sua espessura e excelentes valores de transmissividade.

Na face superior da geomembrana, o geotêxtil Bidim atua como elemento de redistribuição de tensões protegendo a geomembrana quanto às tensões localizadas devido ao fissuramento e eventuais trincas da proteção mecânica executada em solo-cimento. Como na face inferior, também na face superior o geotêxtil Bidim atua como elemento de alívio de subpressões conduzindo líquido e gases pelo seu corpo.

O geotêxtil Bidim, aplicado na face superior da geomembrana, além de atuar como elemento de PROTEÇÃO e alívio de subpressões facilitou a execução da proteção mecânica. Suas características de atrito de interface e resistência à tração permitiram a execução da proteção mecânica num talude íngreme como o desta obra, com inclinação de 53,3º com a horizontal. Se fosse executada diretamente sobre a geomembrana, a superfície lisa desta não contribuiria com a componente de atrito de interface na estabilidade quanto ao escorregamento da proteção mecânica, seja durante a execução desta ou na vida útil da obra.

A utilização do geotêxtil Bidim tanto na face inferior como na face superior da geomembrana proporcionou um melhor desempenho mecânico do sistema impermeabilizante do talude, contribuindo para a garantia da integridade do aterro. A resistência ao estouro do sistema impermeabilizante é sensivelmente melhorada quando a geomembrana é protegida nas duas faces pelo geotêxtil Bidim.

No caso do surgimento de acomodações naturais do aterro ou na ocorrência de adensamento do substrato devido ao acréscimo de carga durante disposição resíduos a geomembrana poderá se acomodar perfeitamente, em função de suas características elásticas, deslizando entre as duas camadas do geotêxtil Bidim sem sofrer danos.

CONCLUSÃO

Na execução do Aterro M-8 utilização do geotêxtil Bidim garantiu o bom desempenho sistemas de drenagem e impermeabilização da obra devido às suas excelentes características físicas, mecânicas e hidráulicas.

Além de ser um elemento fundamental para a manutenção da integridade do aterro durante sua vida útil, o geotêxtil Bidim auxiliou a execução da obra em função de sua flexibilidade, o que permite sua perfeita acomodação mesmo em superfície irregulares, e facilidade de instalação.

AGRADECIMENTOS

O autor deste trabalho agradece a ICI Brasil AS, em especial ao Eng. Gilmar L. Beraldo Gerentes da Fábrica de Paulínia, Osvaldo Akio Sakashita e Hipólito Hernandez Gonzalez e à Soteco Engenharia e Construções Ltda., em especial ao Eng. Hiroshi Tokumoto, pelas suas colaborações na obtenção de informações sobre a obra, sem as quais não teria sido possível sua elaboração.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Regularização manual da superfície da vala visando eliminar defeitos e materiais contundentes que pudessem vir a ferir o sistema de impermeabilização.
Lançamento da areia constituinte do sistema de drenagem da base do Aterro M-8. Observa-se ao fundo a instalação do poço de monitoramento
Vista da instalação do geotêxtil Bidim RT-21 para a proteção da face inferior da geomembrana e instalação dá geomembrana de PVC.
Detalhe da ancoragem do sistema de impermeabilização. A valeta de ancoragem será posteriormente preenchida com solo argiloso.
Execução da proteção mecânica em solo-cimento sobre o sistema de impermeabilização após a instalação do geotêxtil Bidim RT-21 sobre face superior da geomembrana de PVC.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM COMO REFORÇO NA RECOMPOSIÇÃO DO TALUDE DAS INDÚSTRIAS LINHAS CORRENTES SP


Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

Pela segunda vez, o talude do aterro onde foram construídas as áreas de lazer da unidade Vila Ema das Indústrias Linhas Corrente, sofreu ruptura generalizada. Para recomposição definitiva, o projeto geotécnico estudou três soluções alternativas, a saber:

  • Remoção do solo mole de fundação;
  • Execução de muro estaqueado mais parede subterrâneo; –
  • Solo reforçado com geotêxtil.

A solução através de solo reforçado com geotêxtil Bidim foi escolhida por ser mais rápida, prática e muito mais econômica, conforme descrevemos a seguir

O PROBLEMA

Encontrar um sistema que suprisse que evitasse novas rupturas generalizadas como já havia ocorrido.

A SOLUÇÃO

A solução através de solo reforçado com geotêxtil Bidim foi a mais viável, uma vez que além de eficiente, ela se tornou mais econômica.

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: janeiro/93
  • LOCALIZAÇÃO:
  • CLIENTE: Linhas Correntes Ltda.
  • TIPO DE OBRA: Taludes
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Reforço do solo
  • QUANTIDADE UTILIZADA: 8.100 Geotêxtil Bidim RT-16.

DESCRIÇÃO DA OBRA

Ruptura

Pela segunda vez o talude do aterro executado para a construção da unidade Vila Ema das Indústrias Linhas Corrente Ltda., contíguo ao centro esportivo, rompeu-se. A análise geotécnica do sinistro levou à conclusão de que o baixo grau de compactação do aterro, aliado à movimentação do muro de gabiões apoiado sobre fundação fraca, foram os principais fatores condicionantes do ocorrido.

Dimensões

No trecho rompido, a altura do aterro atinge metros, o comprimento do trecho afetado (medido no pé do talude) é de 55 metros. Cabe ressaltar que a ruptura se deu em forma circular.

Fundação

A fundação onde se apoiava o aterro, constitui-se de uma argila mole com 6 metros de profundidade, SPT variando na faixa de 1 a 4 golpes e o NA a um metro abaixo da superfície.

Soluções alternativas

Após ampla campanha de sondagens e análise local de todas as condições de contorno, decidiu-se que, qualquer que fosse a solução adotada, seriam observadas as seguintes premissas:

  • Não utilização de banquetas intermediárias;
  • Remoção e reconstrução total do talude afetado, com acompanhamento tecnológico;
  • Minimização do movimento de terra devido à iminente pavimentação da rua fronteiriça. Foram concebidas, assim, três alternativas de recomposição do talude, conforme resumo apresentado no Quadro 1.
N ºALTERNATIVAS DE RECOMPOSIÇÃOVOLUMES ESCAVADOS (m³)CUSTO TOTAL RELATIVO (%)
1Remoção do solo mole e construção de muro de concreto à flexão18555100
2Muro de contrafortes estaqueado mais parede subterrânea1195543
3Solo reforçado com armadura geotêxtil1199537
QUADRO 1 Comparação econômica entre as três alternativas de recomposição estudadas.

A seguir mostramos as seções das três soluções adotadas (Figuras 1, 2 e 3).

Figura 1 Remoção do solo mole e construção de um muro à flexão de concreto (Alternativa 1), não foi adotada pelo alto custo e morosidade.
Figura 2 Muro de contrafortes estaquear mais parede subterrânea (Alternativa 2), não foi adotado pela morosidade executiva.
Figura 3 Solução com geotêxtil Bidim atuando como elemento de reforço (Alternativa 3). Foi adotado por ser mais econômico e de rápida execução.

SOLUÇÃO ADOTADA

Reforço

Respeitadas as premissas do projeto, os seguintes motivos conduziram naturalmente à adoção da solução 3, solo reforçado com geotêxtil Bidim:

  • Menor movimentação de solo;
  • Maior rapidez executiva;
  • Não necessidade de equipamentos especiais
  • Menor custo global

No Quadro 2, estão resumi os principais itens da solução 3 adotada e seus custos relativos:

DISCRIMINAÇÃOQUANTIDADESUNIDADECUSTO PARCIAL RELATIVO (%)
ESCAVAÇÃO, CARGA E TRANSPORTE do talude em estabilização da estrada de acesso    9075 2880    M³ M³    19,0 6,0
MURO DE FLEXÃO ESTANQUEADO – Cravação de estacas pré-moldadas diâmetro20cm -Execução dos blocos de apoio -Concretagem do muro de flexão  462 4 14  M M³ M³  4,0 1,0 3,0
ATERRO DE 4 METROS EM SOLO REFORÇADO reaterro compactado geotêxtil BIDIM RT-16 utilizado como reforço  2750 5400  M³ M²  13,0 10,0
REATERRO COMPACTADO -Do talude em estabilização – Da estrada de acesso  6325 2880  M³ M³  30,0 14,0

                                                                                                                                          TOTAL                              100

Quadro 2 Comparação relativa entre os custos parciais elementos componentes da solução com o geotêxtil Bidim.

Drenagem

No Quadro 2, não estão computa os materiais e mão-de-obra relativos ao colchão, cortina e trincheiras drenantes incorpora à obra, pois são itens comuns às três soluções propostas.

No sistema drenante interno do reaterro, com função de filtro, foram utilizar cerca de 2.700 m² de geotêxtil Bidim RT-16.

O sistema drenante incorporado ao talude recomposto é de vital importância, pois impede que as águas do lençol freático e de infiltrações locais em toda área do aterro, penetrem na obra e causem sobrecarga não prevista. Tanto nas trincheiras quanto no colchão e cortina.

O geotêxtil Bidim atua como filtro, impedindo que o solo penetre e colmate os materiais drenantes.

Geotêxtil utilizado

Geotêxtil Bidim RT-16, largura 4,30m

Quantidades utilizadas

  • Corpo do aterro, como reforço: 5.400 m²
  • Drenos, como filtro: 2.700 m²

RESULTADOS PRÁTICOS OBTIDOS

Os principais resultam obtida na utilização do geotêxtil Bidim estão descritos a seguir:

  • Aceleração do cronograma construtivo, devido à redução das obras em concreto;
  • Não necessidade de remoção do solo mole local, uma vez que o geotêxtil Bidim garante a estabilidade de todo o conjunto reaterro/fundação;
  • Redução significativa custos globais, através da simplificação construtiva, utilização de mão-de- obra não especializada, e minimização do movimento de solo.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos à prestimosa colaboração colegas abaixo cita, sem a qual teria sido impossível a elaboração deste trabalho:

Eng. Hélio P. de Lima Linhas Corrente Ltda.

Eng. Tasso R. R. Loures Consultor Autônomo.

Eng. João Leocádio ATO Engenharia e Construção Ltda. Tec. Welton P. das Virgens Tecnologista de Campo.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Vista do talude rompido, no fim das escavações. À esquerda, vê-se a execução das fundações do muro externo.
Lançamento e compactação do solo argiloso sobre a segunda camada de geotêxtil Bidim.
Lançamento e compactação do solo argiloso sobre a segunda camada de geotêxtil Bidim.
Vista panorâmica da recomposição do talude.
Ao fundo, a obra já com três camadas de geotêxtil Bidim lançadas e, à frente, a execução do muro externo.
Vista do lançamento do geotêxtil Bidim como camada de reforço e do alteamento da cortina drenante de interceptação, utilizando o geotêxtil Bidim como filtro.
Vista lateral da aplicação da penúltima camada de geotêxtil Bidim.
Obra concluída, aguardando a execução do muro de face junto ao geotêxtil Bidim.
Vista superior do talude totalmente recuperado e gramado.
Vista lateral direita da obra concluída, destacando o muro de face cuja função é de proteger o geotêxtil Bidim da luz solar e de depredações.
Vista lateral esquerda da obra concluída, destacando o muro de face, protegendo o geotêxtil Bidim.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NO SISTEMA DE DRENAGEM DA QUADRA DE FUTEBOL SOCIETY DO CENTRO PAULISTA DE LAZER


Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

Este trabalho relata a aplicação do geotêxtil Bidim RT-07 em quadra de futebol Society. Houve uma crescente preocupação por parte esportistas e proprietários de quadras quanto ao alagamento do campos, uma vez que nos períodos chuvosos, fica impossível a prática desportiva quando não havia um sistema drenante eficiente instalado. Sendo assim foi preciso a instalação de um sistema drenante que teve como o seu um dos seus elementos principal a utilização do geotêxtil Bidim RT-07 para uma eficiente filtragem que impedisse a fuga da areia para dentro drenos.

O PROBLEMA

.Implementar um sistema eficiente de drenagem que supra todas as necessidades da futebol Society

A SOLUÇÃO

Foi utilizado no sistema de drenagem da obra o geotêxtil Bidim RT-07 como um dos elementos principais.

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Junho/93.
  • LOCALIZAÇÃO: Centro Paulista de Lazer, Jacob Barrichello, 73, Paulo-SP.
  • CLIENTE: Centro Paulista de Lazer.
  • TIPO DE OBRA: Área Esportiva
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Elemento filtrante
  • QUANTIDADE UTILIZADA: Geotêxtil Bidim RT-07 650 m²

Nesta obra, foi executado um sistema drenante em forma de espinha-de-peixe, onde se utilizou o geotêxtil Bidim RT-07 como filtro nas trincheiras drenantes.

O sistema é composto por trincheiras drenantes secundárias dispostas segundo a Figura 1, executadas com brita mais geotêxtil Bidim RT-07 (sem tubo), com espaçamento fixo de 3 metros e convergentes para uma trincheira principal dotada de tubo-dreno  4” cuja função é aumentar a capacidade de vazão.

Figura 1 Esquema de trincheiras drenante em plantas. Por se tratar de um sistema de drenagem subsuperficial, que deve rapidamente captar e escoar toda água de chuva foram adotadas trincheiras drenante rasas com grande largura e pouca altura. Desta forma obtém-se maior eficiência pois, com menores volumes de escavação e pedra britada, consegue-se uma maior capacidade de captação das águas infiltradas.

APLICAÇÃO DOS MATERIAIS

As trincheiras drenante foram escavadas com declividade de fundo igual a 1,5%. As trincheiras secundárias, constituídas por geotêxtil Bidim RT-07 mais brita 3, possuem largura de 80 cm, profundidade inicial de 45 cm e espaçadas de 3 metros entre si. A trincheira principal, acrescida de tubo dreno  4”, possui largura de 90 cm e profundidade inicial de 65 cm (Figura 2 e 3).

Do ponto de vista técnico, dois pontos são de vital importância para a eficiência do funcionamento sistemas drenantes subsuperficiais em quadras arenosas:

  1. Para aumentar a capacidade de infiltração nas trincheiras, sua seção drenante possui a largura bem maior que a altura;
  • Para manter constante esta capacidade de captação das águas de chuva, foi lançada uma camada de areia média lavada (altura variável) entre a face superior da seção drenante e a camada de areia saibrosa; desta forma, à medida que o dreno vai se aprofundando, aumenta a espessura de areia média, sem, no entanto, prejudicar a vazão de entrada no dreno.
Figura 3 Trincheiras secundárias. Como as vazões infiltradas são pequenas, não há necessidade de tubo dreno.

FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

O geotêxtil Bidim RT-07 foi utilizado no sistema drenante com a função de filtro. Assim, uma única camada de geotêxtil Bidim substitui as várias camadas de materiais granulares que seriam necessárias para constituir o filtro de transição convencional.

Para exercer a função de filtro com eficiência e durabilidade, é importante ressaltar as principais características do geotêxtil Bidim RT-07.

  • alta permeabilidade, para permitir a livre passagem das águas que fluem da areia para o corpo drenante de brita;
  • adequada abertura de filtração, para impedir que os grãos constituintes da areia penetrem e colmatem o dreno;
  • suficiente resistência ao puncionamento para prevenir o surgimento de qualquer perfuração durante o lançamento e compactação da brita, garantindo a continuidade e eficiência da filtragem.

VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

A facilidade de aplicação, a não necessidade de mão de obra especializada, rapidez de execução, a qualidade final trabalhos executa e a redução do custo final do sistema drenante foram as principais vantagens da utilização do geotêxtil Bidim nesta obra.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a colaboração do Centro Paulista de Lazer, em especial ao Sr. Antônio E. W. Galetti, sem a qual não teria sido possível a elaboração deste trabalho.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Escavação, lançamento do geotêxtil Bidim RT-07 e da brita 3 nas trincheiras.
Desemboque da trincheira drenante principal na caixa de inspeção.
Detalhe do cruzamento das trincheiras drenante secundárias com a principal
Disposição geral do sistema drenante.
Vista panorâmica da quadra com as trincheiras drenante prontas para serem fechadas.
Quadra concluída, pronta para a prática esportiva.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM COMO CAMADA DE SEPARAÇÃO NO SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DO EDIFÍCIO JK BELO HORIZONTE MG


Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

O Edifício Juscelino Kubistchek, mais conhecido como JK, é um projeto do Arquiteto Oscar Niemayer constituindo-se num marco da Construção Civil em Belo Horizonte. A aplicação do geotêxtil Bidim é vista como camada de proteção no sistema de impermeabilização do Edifício Juscelino Kubitschek JK em Belo Horizonte, MG, que com o passar do tempo trouxe consigo os diversos problemas para o edifício e dentre eles o de infiltrações.

O PROBLEMA

Implementar um sistema eficiente de impermeabilização do Edifício Juscelino Kubitschek JK em Belo Horizonte, MG

A SOLUÇÃO

Foi utilizada a manda geotêxtil Bidim RT-10

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Dezembro de 1992
  • LOCALIZAÇÃO: Edifício Juscelino Kubistchek / Belo Horizonte, MG
  • CLIENTE: Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais IHG/MG.
  • TIPO DE OBRA: Construção Civil
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Camada de proteção no sistema de impermeabilização
  • QUANTIDADE UTILIZADA: 1.290 m² de geotêxtil Bidim RT-10.

O Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais está sediado no Edifício Juscelino Kubitschek, à Guajajaras, 80 no centro de Belo Horizonte/MG (Figura 1). A obra está localizada na laje de cobertura do segundo pavimento do Edifício JK sob a qual está localizado o Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais IHG/MG.

FINALIDADE DA OBRA

Ocupando uma área de aproximadamente 1.200 m² de parte do segundo andar do Edifício JK o Instituto Histórico Geográfico de Minas Gerais enfrentou diversos problemas provenientes da ação das águas (umidade) em sua estrutura ao longo do tempo.

Dentre os problemas enfrenta pelo IHG/MG citamos:

  • Goteiras e manchas;
  • Mofo e apodrecimento;
  • Ferrugem;
  • Eflorescência;
  • Criptoflorescência;
  • Deterioração;
  • Interdição de salas;
  • Perdas de arquivos, documentos, livros etc.; – Danos às instalações elétricas etc.

A fim de solucionar os problemas anteriormente cita foi proposta a impermeabilização da laje de cobertura do IHG/MG. Segundo a NBR 8083, “Impermeabilização é a proteção das construções contra a passagem de flui”, e “Sistema de Impermeabilização é o conjunto de materiais que uma vez aplica, conferem a impermeabilidade às construções”.

O bom desempenho do Sistema de Impermeabilização se origina na correta concepção do projeto, ou seja, uma perfeita interação entre arquitetura, a estrutura e instalações (hidráulico-sanitárias, elétricas e outras). Partindo daí, a escolha correta materiais componentes, método de impermeabilização e das diversas camadas que o constituirão.

Basicamente nosso Sistema de Impermeabilização constitui-se de:

  • Camada de regularização;
  • Aplicação da manta impermeabilizante;
  • Aplicação do geotêxtil Bidim como camada de proteção da manta impermeabilizante; – Proteção da camada de separação.

CAMADA DE REGULARIZAÇÃO

Para execução da camada de regularização a primeira providência foi retirar a antiga camada de proteção e regularização da laje, que se encontrava danificada, apresentando trincas, rachaduras e soltando placas em diversos pontos da estrutura. A laje encontrava-se desnivelada e sem os devi caimentos para os pontos de captação de água, estes estavam danifica e em alguns casos entupi.

A segunda providência foi promover a declividade da laje oferecendo um caminho para a água. A camada de regularização foi executada sobre a estrutura portanto com objetivo de fornecer uma superfície lisa, homogênea, firme e com os caimentos necessários, para aplicação da impermeabilização.

A regularização foi constituída de uma camada de argamassa de cimento e areia, traço volumétrico 1:3, sem aditivo impermeabilizante, de espessura mínima de 2 cm e caimento de no mínimo 1% (NB-279/75) em direção à coleta de águas pluviais.

IMPERMEABILIZAÇÃO

Estando a superfície preparada, partimos para a aplicação do elemento impermeabilizante propriamente dito. Adotou-se no sistema de impermeabilização: manta, asfalto modificado com armadura estruturada em geotêxtil Bidim. A manta foi fixada ao substrato com maçarico.

Inicialmente aplicou-se sobre o substrato regularizado uma demão de solução de imprimação (conforme NBR- 9952), consumo de 0,5 a 0,7 l/m². Aguardou-se então a secagem, cerca de 24 horas. A manta foi desenrolada sobre a imprimação, aquecida com maçarico e pressionada sobre ele de forma a propiciar a fusão de sua camada inferior.

Para aplicação com maçarico a manta deve ter a superfície inferior, que será aderida ao substrato, acabada com filme plástico (polietileno). As emendas entre as mantas foram feitas sobrepondo lateral e longitudinalmente em 10 cm. Nas verticais a manta foi aderida da mesma forma que na horizontal.

A impermeabilização adentrou nos ralos e foi aderida internamente nos mesmos e arremessada junto ao guarda corpo da laje sem alterar o conjunto arquitetônico.

Após a execução da impermeabilização e antes da camada de proteção mecânica foi feito um teste de estanqueidade durante 72 horas, mantendo-se uma lâmina d’água de cerca de 10 a 15cm sobre a impermeabilização. Não foi verificado no sistema impermeabilizante.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

A proteção do elemento impermeabilizante é de fundamental importância para o perfeito desempenho do sistema de impermeabilização, devido às várias solicitações que ocorrem nas áreas impermeabilizadas.

Podemos citar como exemplos, ações mecânicas decorrentes das deformações da estrutura (recalques de fundações, retração do concreto etc.) e da utilização da cobertura (trânsito de pessoas, estacionamento, heliporto, instalação de equipamentos etc.) ou ações climáticas (incidência de UV, impacto de granizo, variação de temperatura etc.) que viriam a solicitar o elemento impermeabilização na forma de tração, abrasão, puncionamento etc. Ações mecânicas induzem esforços que, dependendo de sua intensidade, podem vir a comprometer a estanqueidade do elemento impermeabilizante.

A obra adotou como elemento de proteção após uma análise de custo e benefício, o geotêxtil Bidim. Suas características de constituição e distribuição multidirecional de filamentos; espessura; resistência à tração; porosidade; compressibilidade; resistência a perfuração por puncionamento e por estouro; flexibilidade; peso específico; isotropia e demais propriedades permitem que os geotêxtis Bidim desempenhem a função de elemento proteção intermediária ao elemento impermeabilizante das seguintes maneiras:

  1. Proteção contra desgastes por abrasão;

Devido a sua espessura e a estruturação filamentos contínuos, o geotêxtil Bidim, colocado como

“camada de proteção”, evitou ocorrência de esforços de abrasão sobre a manta e transmissão esforços tangenciais, oriundo das variações dimensionais a que as proteções mecânicas estão sujeitas reduzindo o atrito ao plano de contato.

  • Proteção contra puncionamento

Devido sua espessura e resistência mecânica, o geotêxtil Bidim absorve esforços normais concentra, evitando assim que a manta se perfure.

  • Drenagem de líquidos e gases

O geotêxtil Bidim tem drenagem transversal, ou seja, permite a condução de líquido e gases (flui) pelo seu corpo.

VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

A aplicação do geotêxtil Bidim teve início com a limpeza da superfície a ser instalado, removendo-se os elementos estranhos. Após limpeza, aplicou-se sobre a superfície cola para fixação do geotêxtil Bidim.

A bobina de geotêxtil Bidim foi desenrolada sobre a superfície com cola e pressionada sobre ela de forma a propiciar uma melhor fixação. As emendas do geotêxtil Bidim foram feitas sobrepondo lateral e longitudinalmente em 10cm. O geotêxtil Bidim adentrou nos ralos de foi aderido internamente nos mesmos (Figura 2).

O geotêxtil Bidim foi arrematado junto ao guarda corpo da laje sem alterar o conjunto arquitetônico do Edifício JK (Figura 03).

O geotêxtil Bidim e a manta impermeabilizante acompanharam também as interferências da estrutura, tais como uma passarela que não foi concluída.

Terminadas as etapas anteriores, partiu-se para a execução da proteção da camada de separação.

Figura 2 Arremate do sistema de impermeabilização dos ralos.
Figura 03 Arremate do sistema de impermeabilização no guarda corpo.

PROTEÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

A proteção do geotêxtil Bidim foi feita com contrapiso em argamassa de cimento e areia, traço volumétrico 1:4, espessura mínima de 3cm formando placas de lã entre 1,5 a 2,0 m.

As juntas entre as placas devem ser de 2 cm e as juntas perimetrais (no encontro das superfícies horizontais e verticais) devem ter abertura de no mínimo 3 cm.

BIBLIOGRAFIA

CELSO RAMOS Normas de Serviços de Projeto e Especificação de Impermeabilização IPT Nov/1988.

EVANDO, Silveira Santos Impermeabilizações de Terraços 1º Fascículo Edições Cotec 34/87.

LAERTE, Guião Maroni, MARCO ANTÔNIO C. da Silva Araújo, RENATO, Pandolpho Proteção de Mantas Elastoméricas e Poliméricas com Geotêxtil em obras de Impermeabilização 7º Simpósio Brasileiro de Impermeabilização.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Detalhe da impermeabilização ralos.
Detalhe da Impermeabilização do guarda corpo.
Teste de estanqueidade com lâmina d’água.
Teste de estanqueidade com lâmina d’água.
Aplicação da cola para assentamento do geotêxtil Bidim.
Assentamento do geotêxtil Bidim.
Detalhe da camada de proteção do geotêxtil Bidim.
Manta asfáltica sendo aquecida com o maçarico para fixação.
Vista geral das mantas assentadas e respectivas emendas.
Detalhe da impermeabilização ralos.
Detalhe da Impermeabilização do guarda corpo.
Detalhe da Impermeabilização do guarda corpo.
Teste de estanqueidade com lâmina d’água.
Testedeestanqueidadecom
lâmina d’água.
Aplicação da cola para
assentamento do GeotêxtilBidim.
Assentamento do geotêxtil
Bidim.
Detalhe da camada de proteção do geotêxtil Bidim.
Vista geral da obra e da execução da camada de proteção.