APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM NO REVESTIMENTO TERMOACÚSTICO DA COBERTURA DO HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK BELO HORIZONTE MG



Autor:
 Departamento Técnico – Atividade Bidim

Revisado JANEIRO 2011- Departamento Técnico Mexichem Bidim Ltda.

RESUMO

Este trabalho relata a aplicação do geotêxtil Bidim (nãotecido agulhado, 100% poliéster, filamentos contínuos) no revestimento termoacústico da cobertura do Hospital Sarah Kubitschek em Belo Horizonte/MG.

Projetado nos anos 50 pelo arquiteto Oscar Niemeyer o Hospital Sarah Kubitschek é umas mais tradicionais de Belo Horizonte. O Hospital Sarah Kubitschek funciona desde 1954 como hospital geral, servindo principalmente à população da região Noroeste da cidade de Belo Horizonte, onde está situado.

A Associação das Pioneiras Sociais (APS), entidade sem fins lucrativos que gere uma rede de centros de saúde no Brasil, está reformando inteiramente e ampliando as instalações do Hospital Sarah Kubitschek com objetivo de transformá-lo num centro especializado no aparelho locomotor.

As obras começaram em abril de 1993 e preveem a construção de três novos blocos e modificações internas radicais no prédio original mantendo as características externas originais do projeto Oscar Niemeyer. O conjunto terá, no total, 23 mil metros quadra de área construída (8 mil metros quadram do prédio original) e 15 mil metros quadra de área de projeção, num terreno de 25 mil metros quadra.

DADOS DA OBRA

  • DATA DE EXECUÇÃO: Abril de 1993
  • LOCALIZAÇÃO: Av. Amazonas, 5953, bairro Gameleira, região Noroeste de Belo Horizonte/MG.
  • CLIENTE: APS Associação das Pioneiras Sociais
  • TIPO DE OBRA: Revestimento termoacústico da cobertura
  • FUNÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM: Revestimento termoacústico
  • QUANTIDADE UTILIZADA: Aproximadamente 21.200 m² de manta geotêxtil Bidim RT-16.

Finalidade da Obra

A obra faz parte do plano de expansão da Associação das Pioneiras Sociais, que após ter aperfeiçoado as unidades de Brasília/DF, Luiz/MA e Salvador/BA, executa projetos na capital Mineira.

A intenção da Associação das Pioneiras Sociais é transformar o Hospital Sarah Kubitschek num centro especializado no aparelho locomotor, dotado de pessoal especializado e equipamentos modernos, oferecendo tratamento gratuito e de primeira qualidade nos 200 leitos disponíveis.

DESCRIÇÃO DA OBRA

A planta do projeto distribuiu os três novos edifícios em volta do já existente de três andares e de maior altura. A primeira etapa da obra consiste na execução do bloco principal (frontal) denominado Bloco A, onde serão instala o centro cirúrgico, o ambulatório, as salas de raio-a, o auditório e a biblioteca.

Nas fundações deste bloco, serão empregadas estacas metálicas com 20 m de profundidade, sendo a primeira laje em concreto armado para resistir os esforços de alguns equipamentos instala. Nos demais pavimentos, serão usa estruturas metálicas do tipo cosacor.

O prédio original abrigará o Bloco B, e para tanto será reformulado para as novas funções, basicamente administrativas e de triagem e internação. Os Blocos C e D abrigarão os setores de apoio, como laboratórios de estudo do movimento, ala de residência médica, fisioterapia e oficina protética, entre outros. Neles serão utilizadas fundações diretas, além de vigas de aço do tipo cosacor.

Estima-se um consumo em toda a obra de 7.400 m³ de concreto armado, 200 ton de estruturas metálicas de aço e movimentação de 40 mil m³ de solo. O fechamento lateral em paredes será feito com alvenaria de blocos de concreto e placas pré-moldadas de argamassa armada ou madeira que receberão ainda revestimento de aço inox nos pontos que exigem maior assepsia.

O fechamento superior será executado com laje impermeabilizada com sheds e telhas metálicas calandradas e revestido com geotêxtil Bidim.

CONSIDERAÇÕES SOBRE TERMOACÚSTICA

O universo é um sistema dinâmico definido a cada momento pelas diversas formas que a energia apresenta. O som é uma das formas dessa energia e como tal obedece às leis fundamentais da física. O som necessita de uma causa para existir. A existência do som provoca uma serie de efeitos, um deles é a excitação de nosso sistema auditivo, processando-se o fenômeno da audição.

Na prática, entende-se como som qualquer vibração em um meio elástico (sólido, líquido ou gasoso) que possa ser detectada pelo ouvido humano, isto é, que esteja dentro da “faixa de áudio” (frequência) que vai de 20 Hz à 20.000 Hz.

O som se origina em uma fonte, região que de algum modo recebeu uma forma de energia e a transforma em energia sonora. Esta se propaga em meio elástico e é captado pelo receptor, normalmente o homem, embora os animais, materiais e os instrumentos também sejam receptores.

Grande parte do progresso de acústica nas últimas décadas se deve ao aparecimento instrumentos eletrônicos de medição e análise de som: medidores de nível de som, filtros, registradores de nível, gravadores etc.

O som é uma forma de energia que para o meio físico, apresenta efeitos geralmente desprezíveis em relação aos efeitos que pode provocar sobre os seres vivos, em especial sobre o homem. O som tem a capacidade de afetá-lo sobre uma série de aspectos psicológicos, fisiológicos ou mesmo físicos.

Acusticamente podemos classificar os ambientes em abertos ou fecha. A acústica aplicada aos ambientes fecha é denominada de acústica de recintos e nos casos de ambientes abertos falamos na acústica espaços abertos. A acústica de recintos está relacionada com a arquitetura de edifício e por isso seus conceitos são aplica pela acústica arquitetônica.

Em um recinto o som pode sofrer uma serie de fenômenos, conforme a Figura 1.

Contudo, os fenômenos que mais têm interesse para o projeto de um recinto acusticamente satisfatório são: reflexão, absorção e transmissão do som (Figura 2 e 3).

Quando um material não apresenta rigidez para refletir o som, ele o absorve, deixando-o em parte passar para o outro lado e em parte dissipando-o dentro de sua estrutura. Dizemos então que o material absorvente de som ou então absorvente acústico.

Quando ouvimos um som que vem do outro lado de uma parede que separa dois recintos, dizemos que o som foi transmitido pela parede. O som que incide sobre a parede faz com que esta vibre e se torne uma nova fonte de som, irradiando para ambos os lá.

Os materiais rígidos têm propriedade de refletirem o som que neles incide desde que apresentem dimensões compatíveis com os comprimentos de onda que compõem tal som (Figura 4).

Os fenômenos que podem ocorrer com o som em um recinto dependem de uma série de fatores, como: forma, dimensões, volume, materiais etc. Os materiais têm influência decisiva em dois fenômenos: absorção e isolação do som. Em função da sua propriedade mais pronunciada, dizemos que o material é absorvente ou então isolante do som.

Material absorvente é aquele que ao receber o som não o reflete, absorve-o. Material isolante é aquele que dificulta a passagem do som através dele, refletindo-o. Podemos fazer a composição de um material absorvente com um material isolante para conseguirmos os dois efeitos simultaneamente (Figura 5).

Ambientes hospitalares exigem um controle apurado do nível máximo de ruído o que pode ser alcançado mediante tratamento acústico de recinto. Este é de conceituação bastante simples e pode ser feito com o geotêxtil Bidim.

APLICAÇÃO DO GEOTÊXTIL BIDIM

É sabido que em ambientes hospitalares é de fundamental importância a manutenção de níveis de ruí e de temperaturas objetivando ambientes confortáveis e adequa a pacientes, funcionários, visitantes, equipamentos etc.

Neste sentido os projetos do Hospital Sarah Kubitschek foram elaborar com o objetivo de se conseguir um melhor aproveitamento das formas e espaços e dentro de uma concepção arquitetônica moderna e arrojada.

Os novos edifícios do Hospital Sarah Kubitschek foram projetar com estrutura metálica de aço tipo cosacor sendo a cobertura em forma de abóbodas ou sheds revesti com telhas metálicas calandradas. Suas formas privilegiam a circulação de ar pelos recintos com ambientes amplos, claros e sem excessos de luminosidade.

Devido as suas excelentes características físicas e mecânicas, o geotêxtil Bidim foi o material escolhido para o revestimento termoacústico das telhas metálicas da cobertura, com o objetivo de absorver ruí, eliminando inconvenientes típicos de coberturas em telhas metálicas. Quando estimuladas por qualquer fonte mecânica, ou sonora, eles emitem sons que podem atingir níveis bastante eleva. O geotêxtil Bidim foi aplicado para melhorar o conforto termoacústico ambientes.

O geotêxtil Bidim é uma manta com elevada porosidade. Ao ter tais filamentos atingi pelas ondas sonoras incidentes que atravessam seus poros, o material faz com que essas ondas se reflitam pelos poros, chocando- se novamente com os filamentos. Ao vibrarem juntamente com o ar, esses filamentos dissipam a energia sonora em forma de energia térmica, atenuando sons e melhorando o conforto termoacústico ambientes.

O projeto também previu um espaço vazio entre a cobertura final e o forro de revestimento interno com o objetivo de melhorar a ventilação interna, circulação de flui e consequentemente as condições térmicas ambientes.

Coeficientes de absorção sonora

s valores abaixo relaciona referem-se à absorção sonora de um geotêxtil Bidim TA-60, testada segundo recomendação nº354 da ISO (Organização Internacional de Normalização) conforme o certificado nº 470.997 do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas).

Resistência ao arraste de filamentos por fluxo de ar paralelo

Junto ao CTA (Centro Técnico Aeroespacial), foram efetuar testes ao arrasamento de filamentos forrando-se internamente com o geotêxtil Bidim TA-60 um duto metálico com forma de L com seção retangular (10 x 8 cm) e comprimento 200 metros.

O teste foi efetuado com ar escoando a velocidade de 20 m/s não ocorrendo o arraste de partículas do geotêxtil Bidim, conforme pode se comprovar através do certificado nº219 PMO/76 emitido pelo CTA.

Coeficiente de condutividade térmica

Os resulta abaixo tabela foram retiradas do relatório nº331/76 emitido pelo INT (Instituto Nacional de Tecnologia), tendo-se seguido a norma ASTM C-177.

Frequência (Hertz)Coeficiente de absorção
1250,03
2500,05
5000,12
10000,20
20000,38
40000,52

Instalação

O geotêxtil Bidim é facilmente cortado com tesoura manual ou com máquinas elétricas de corte. Na obra foram montados cavaletes e bancadas para facilitar o corte que foi realizado com tesoura manual. O geotêxtil Bidim obtém bons resulta de colagem com praticamente to os adesivos encontram no mercado, porém ele varia em função das características da superfície de colagem, bem como do meio em que a mesma se encontra. O adesivo utilizado na colagem foi o “Rodopias” a base de PVA Acetato de Polivinila.

AGRADECIMENTOS

O autor deste trabalho agradece a toda a equipe da Associação das Pioneiras Sócias e em especial as pessoas do Sr. Fábio Savastano, Srta. Miriam Mós Blois e Sr. Neylor Armond Lopes sem as quais não teria sido possível a realização deste trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Bidim Informa nº24 Informativo Técnico Atividade Bidim
  • Manual Técnico de Acústica Atividade Bidim
  • Revista Construções Minas Centro/Oeste nº204 outubro/93.

DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA

Fechamento lateral interno em paredes de alvenaria de blocos de concreto e fechamento lateral externo em placas pré-moldadas.
Vista parcial da cobertura de fechamento superior.
Vista parcial interna do bloco principal A.
Vista parcial sistema de fechamento lateral e cobertura.
Detalhe esquadria de ventilação interna situada abaixo do forro interno.
Cavalete e bancada para corte do geotêxtil Bidim.
Geotêxtil Bidim colocado previamente as telhas metálicas.
Instalação das telhas metálicas com o geotêxtil Bidim.
Instalação das telhas metálicas com o geotêxtil Bidim.
Vista parcial superior da cobertura.
Vista frontal da obra concluída.

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